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Arquitetos: CAS architecten
- Ano: 2024
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Fotografias:Tim Van de Velde
Um projeto, dois volumes, três materiais e quatro arquitetos: essa é a residência WIGO em resumo, um projeto da empresa belga CAS architecten em colaboração com os clientes/arquiteto. Se você desvendar ainda mais a casa de concreto, camada por camada, descobrirá também uma fascinante interação entre espaços fechados e envidraçados nas áreas de estar, enquanto ganha uma nova perspectiva sobre a arquitetura na fronteira entre o aberto e fechado. A casa WIGO está localizada em East Flanders, na Bélgica, e consiste em duas moradias recém-construídas que abraçam o quintal frontal em forma de "L". Elas foram combinadas em um projeto que passou pelas mãos de dois casais de arquitetos. Com o proprietário/arquiteto Anton Gonnissen e sua esposa Inge de um lado e Pieter-Jan e Jovanca da CAS architecten do outro, duas gerações se dedicaram ao projeto.
Um tipologia clássica de celeiro. Visto desde a estrada, o primeiro elemento que se destaca é o volume posicionado perpendicularmente à via. Ele se apresenta como uma reinterpretação da tipologia clássica de celeiro; além disso, é simples em forma e abriga todas as funções não residenciais. Como resultado, a área de estar é liberada de superfícies perdidas, permitindo que todos os espaços de estar se conectem. A madeira, o vidro e o concreto representam o trio de materiais utilizados para ambos os volumes. O concreto foi moldado em camadas de diferentes alturas, a madeira foi tratada com óleo escuro e o vidro está contido em perfis de alumínio ultrafinos.
Paralelo à estrada está a seção residencial. Sem telhado inclinado e despojada de toda decoração, este volume emerge essencialmente como uma sequência conceitual de espaços fechados com volumes abertos e envidraçados entre eles. Da entrada, você caminha diretamente por um corredor central que separa a cozinha à esquerda e os espaços práticos, cuidadosamente escondidos, à direita, culminando em um ambiente de estar aberto, área de estar íntima e o quarto principal.
Este último também, mobiliado com tecidos aconchegantes, um teto de madeira escura com vigas baixas e cercado pela paisagem, consegue encontrar o equilíbrio entre viver de forma expansiva e segura. Características únicas aqui são o banheiro no térreo com uma janela de correr que cria uma experiência de chuveiro interno-externo e também a vista enquadrada desde a cozinha. A escada escultural de concreto leva aos quartos que convidam filhos adultos a uma estadia de vários dias. Observa-se também um jogo dinâmico entre tetos altos e baixos e obtém-se um espaço aconchegante e caloroso dentro da concha de concreto deste novo volume único.
Entre o público e o privado. Por fim, um gesto extra foi necessário para delimitar o terreno do jardim não cercado e selvagem que se estende sem interrupções para os campos agrícolas adjacentes. Apenas uma baixa e espessa parede de concreto, paralela à rua, marca o limite entre o que é público e privado e concede ao quintal frontal uma intimidade limitada. Dessa forma, o jardim frontal também se torna um local de encontro e WIGO ilustra aqui que não precisamos pensar literal e figurativamente dentro da caixa para criar uma experiência de vida que se estende e abraça o entorno.