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Arquitetos: Šépka architekti
- Área: 2522 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Aleš Jungmann
Descrição enviada pela equipe de projeto. O complexo dos antigos Moinhos Automáticos Winternitz em Pardubice, uma das primeiras implementações do arquiteto Josef Gočár, deixou de cumprir sua função em 2013. Um ano depois, tornou-se um monumento cultural nacional. Nossa intenção era integrar os volumes ao novo complexo, onde terá uma posição central, criando um novo espaço urbano multifuncional para instituições culturais, educacionais e atividades privadas. Assim, gerou-se uma espécie de triângulo de espaços urbanos e objetos importantes, consistindo no castelo renascentista, na Praça Perštýn e no complexo dos Moinhos Automáticos. Ao remover alguns edifícios existentes, enfatizamos o portal frontal dominante com o arco de entrada e, ao mesmo tempo, permitimos uma visão desobstruída de todo o local a partir da parte histórica da cidade. A criação de dois novos espaços públicos, que intencionalmente têm caráter e função diferentes, é absolutamente fundamental do ponto de vista da revitalização dos moinhos. Enfatizamos a entrada principal com uma praça projetada como um bosque de plátanos, onde um canal de água para irrigação feito de tijolos é conduzido até cada árvore. Trata-se, principalmente, um ponto de entrada tranquilo e representativo, mas presumimos que, por exemplo, feiras possam ser realizadas aqui. Dentro do novo complexo, estamos criando o "Pátio do Moinho", que será um espaço animado para a realização de exposições, concertos ou apresentações teatrais ao ar livre. Os espaços públicos propostos são considerados apenas para a circulação de pedestres. Uma parte integral do conceito geral é a solução de cores. O complexo inclui uma série de volumes com várias funções, que foram tratados por quatro estúdios de arquitetura. Portanto, foi muito importante coordenar os projetos. Nosso esforço foi harmonizar todas as novas intervenções em uma cor uniforme que segue o tom do tijolo existente nos Moinhos. Com isso, queríamos unificar toda a área, incluindo espaços de caminhada, que são feitos de tijolos e argamassa vermelha. A variedade de objetos individuais com diferentes usos não poderia criar uma impressão caótica.
O novo edifício da GAMPA e da Sféra envolve o bloco proposto do complexo dos antigos moinhos automáticos Winternitz em Pardubice pelo lado norte. Esses são dois objetos financiados pela cidade, cada um com seu próprio programa. A Galeria da Cidade de Pardubice – GAMPA – está localizada no andar térreo, e o volume para as Oficinas Politécnicas Centrais – Sféra – levita acima dela. Deixamos um espaço entre os dois com vista para os arredores, de modo que a grande massa do novo edifício não atue como uma barreira. Graças à elevação do edifício Sféra, o silêncio necessário para o trabalho dos alunos é garantido nos andares superiores, enquanto GAMPA, que está localizada na parte inferior, está mais conectada ao espaço público. A galeria representa uma espécie de base; sua cobertura também é acessível ao público. O edifício foi completamente feito de tijolos e se conecta ao espaço público dos Moinhos Automáticos, que assim adquire outra dimensão pelo fato de que aqui está localizado um anfiteatro para 250 pessoas, onde uma série de eventos ao ar livre pode ser organizada no verão. O palco ao ar livre é coberto pela parte saliente do volume das oficinas e também é possível cobri-lo completamente com uma cortina retrátil. A partir do espaço público, o visitante pode entrar diretamente no foyer, onde estão localizados a recepção, os vestiários e os banheiros. Além disso, é possível acessar diretamente a galeria, que circunda toda a área e está projetada em dois andares. Trabalhamos principalmente com iluminação superior em todos os salões de exposição e, então, na área principal, permitimos deliberadamente uma vista da janela em direção à entrada principal de todo o complexo. A galeria é dividida em várias salas que podem ser fechadas com portas de correr. Portanto, uma série de exposições diferentes, ou uma exposição maior, podem ser acomodadas aqui. No verão, é possível abrir completamente o pavimento com a ajuda de paredes deslizantes em direção ao pátio e permitir uma maior conexão com o interior da galeria. Os escritórios estão localizados no segundo andar e são acessíveis por uma escada separada. Na parte oposta, há um estúdio residencial destinado ao trabalho de artistas visitantes.
A Sféra está localizada acima da GAMPA e é acessível por duas escadas, que ao mesmo tempo criam um suporte estático para o objeto. As oficinas são destinadas principalmente a alunos do ensino fundamental e médio, com salas de aula e laboratórios equipados para o ensino de ciências técnicas e naturais. O hall de entrada no quarto andar, onde estão localizados a recepção e os vestiários, pode ser acessado através da entrada principal no térreo, que também serve como entrada para a galeria. A comunicação vertical é possibilitada tanto pelas escadas mencionadas quanto pelos elevadores. Cada um dos dois andares tem duas salas de aula nas laterais, oficinas ou laboratórios. Uma sala para funcionários está localizada ao lado do hall de entrada e das salas de aula. Há banheiros em frente. No centro do edifício, criamos um espaço de projeção de dois andares com uma esfera centralmente localizada, na qual é possível projetar e simular os fenômenos naturais de nosso planeta. O andar inferior das oficinas de têxteis, gráficos, madeira e metal possui iluminação natural proveniente de janelas. Por outro lado, os laboratórios de física, química, ciências naturais e robótica no andar superior têm iluminação superior com claraboias cobertas por sombras em forma de pirâmides. No mesmo andar dos laboratórios, também encontramos uma sala com um playground esférico, que é destinada a crianças em idade pré-escolar e onde elas conhecem fenômenos naturais e físicos na forma de brincadeiras. Para melhor orientação, em colaboração com professores e alunos da UMPRUM (Academia de Artes, Arquitetura e Design de Praga), projetamos nichos que respondem a cada uma das oficinas. Colagens foram criadas a partir de madeira, têxteis, metal e matrizes gráficas. Em parte da cobertura, há uma sala de máquinas, acessível por uma das escadas verticais.
Ao resolver o projeto, nos perguntamos sobre a veracidade da expressão arquitetônica. Nossa resposta é uma construção reconhecida e um design de materiais. Onde vemos os tijolos, são realmente paredes de alvenaria autoportantes, onde há concreto exposto, trata-se de uma estrutura de concreto autoportante, e onde há revestimento de chapa de aço corten, cria-se uma concha de painéis. O esforço foi projetar um design coerente no interior e no exterior. A parte inferior da galeria é de tijolos, e assim segue a construção industrial dos moinhos. A alvenaria sem revestimento não significa apenas uma referência a um edifício monumental, mas é um efeito natural da parede em si, que desempenha um papel central na formação do espaço. É uma parede "nua", que não precisa ser revestida, mas requer um artesanato cuidadoso. O mesmo pode ser dito sobre outros elementos estruturais, como tetos, paredes e pisos. O edifício inteiro nos conta o que e como foi realmente feito. Nós combinamos todas as cores dos materiais com a alvenaria. No caso do concreto, quase 30 amostras diferentes na forma de cubos tiveram que ser moldadas antes que a cor pudesse ser misturada. Decidimos inserir esses cubos na alvenaria do hall de entrada como uma lembrança do encontro da tonalidade certa. No caso das oficinas, utilizamos concreto colorido para as estruturas e pisos. A construção das oficinas é baseada em vigas de concreto em uma malha de 3×3 metros, que sustentam vigas em "X" nas bordas perto da fachada. Contamos com vigas de um metro de largura, estrategicamente projetadas com aberturas para acomodar a instalação de sistemas de distribuição, o que nos permitiu atravessar os vãos de nove metros com eficiência e funcionalidade. Assim, as salas de aula não precisam ter suportes internos adicionais. As vigas em "X" são uma espécie de parede perfurada híbrida, que ao mesmo tempo ventilam todo o edifício ao redor do seu perímetro. Painéis de luz com isolamento, cobertos com chapas de aço corten, estão fixados do lado de fora.
