Recentemente publicamos a primeira parte do post 9 razões do porquê os EUA são mais dependentes do automóvel do que a Europa, que ajuda a esclarecer o porquê das cidades estadunidenses serem mais dependentes do automóvel que as cidades europeias.
Veja a seguir as outras 5 razões pelas quais os EUA são mais dependentes do automóvel que a Europa.
5. Os subsídios do governo: Durante os últimos 40 anos, os impostos sobre a gasolina, os pedágios e as taxas de registro dos automóveis acobertaram somente 60 ou 70% dos gastos nas rodovias dos EUA. O resto tem sido pago mediante impostos não relacionados ao transporte. Essas subvenções têm diminuído o custo e aumentado a demanda do automóvel privado nos EUA. Nos países europeus, os motoristas costumam pagar mais impostos e taxas do que o gasto que os governos têm com as rodovias.
6. Enfoque tecnológico: As respostas políticas aos problemas gerados pelo automóvel nos EUA se concentraram nas mudanças tecnológicas em vez de promover uma mudança de comportamento. Por exemplo, as respostas a contaminação do ar ou a segurança consistiam em soluções tecnológicas – tais como conversores catalíticos, combustíveis mais limpos e reformulados, cintos de segurança e airbags – que permitem que as pessoas continuem dirigindo como de costume. Os países europeus incorporaram esses requisitos tecnológicos, mas também reduziram a quantidade de estacionamentos e aplicaram outras políticas públicas que fomentam mudanças no comportamento.
7. O transporte público: O apoio do governo ajudou aos sistemas de transporte europeus a lidar com o aumento do número de automóveis com mais êxito. Especialmente depois da Segunda Guerra Mundial, os sistemas de transporte dos Estados Unidos, que eram de propriedade privada, aumentaram suas tarifas, perderam passageiros, ou foram a falência. Por exemplo, muitas cidades viram seus sistemas de bonde desaparecer por completo nos anos 50 e 60 (embora nos últimos anos este sistema tenha ressurgido).
8. A pé ou de bicicleta: Somente algumas poucas cidades dos Estados Unidos implementaram desde os anos 70 serviços para pedestres e ciclistas. Em contraste, muitas cidades europeias, como Amsterdã e Copenhagen, implementaram redes inteiras de ciclovias e acalmaram o tráfego em suas ruas, o que permite um fácil percurso em bicicleta entre qualquer ponto de origem e destino em uma cidade ou região. Além disso, as leis de transito europeias protegem aos pedestres e ciclistas, frequentemente colocando a responsabilidade de um acidente no motorista, enquanto as leis dos Estados Unidos, a polícia, os tribunais e os juízes em geral não conseguem processar ou penalizar os motoristas que matam pedestres ou ciclistas.
9. Leis de zoneamento:Existem muitas diferenças entre os sistemas de planejamento do uso do solo nos Estados Unidos e na Europa. Os europeus tendem a permitir uma maior mescla de usos nas suas zonas residenciais, mantendo as distâncias mais curtas. Por exemplo, na Alemanha, uma zona residencial pode incluir consultórios médicos, cafés e edifícios residenciais. Nos Estados Unidos, ao contrário, as zonas residenciais, frequentemente proíbem outros usos. Outro fator é que nos Estados Unidos se estabelece um número mínimo de estacionamentos para o desenvolvimento de projetos imobiliários, enquanto na Europa o que se impõem é o número máximo.
Via Plataforma Urbana. Tradução Camilla Ghisleni, ArchDaily Brasil.