Hoje, 04 de maio, celebramos a data de nascimento da ativista social e escritora Jane Jacobs. Em sua carreira, Jacobs lutou contra a globalização empresarial e incitou urbanistas e empreendedores a lembrar da importância das comunidades e da escala humana. Embora não tenha formalmente estudado urbanismo, suas ideias mudaram radicalmente a política urbana, destacando o poder da observação e da experiência pessoal. Suas teorias sobre como o projeto pode afetar as comunidades e a criatividade continuam relevantes ainda hoje – influenciando desde grandes masterplans até o projeto de pequenos espaços de trabalho. Jacobs nos deixou em 2006, prestes a completar 90 anos.
Em Morte e Vida das Grandes Cidades, seu mais famoso livro, Jacobs critica a falta de visão dos urbanistas na década de 50 e argumenta que suas suposições sobre o que torna uma cidade boa não levavam em consideração a escala humana. Por exemplo, ela afirma que a criação de infraestruturas para automóveis resulta na divisão não natural de conjuntos urbanos existentes, criando ambientes inseguros que rompem as conexões entre as comunidades. Nos anos que antecederam seu falecimento, discutiu os modos como as comunidades poderiam recuperar o que haviam perdido após décadas de planejamento míope e desumanizado.
Além de seus trabalhos escritos, Jacobs é conhecida por seu ativismo urbano, em particular por suas críticas ao planejador de Nova Iorque, Robert Moses, que na época estava envolvido em um amplo projeto de modernização da cidade baseado na infraestrutura viária, marginalização das populações mais vulneráveis e construção de grandes blocos de habitação.
Talvez a parte mais emblemática dessa batalha tenha sido a campanha de Jacobs para salvar seu próprio bairro de Greenwich Village, que na proposta de Moses seria profundamente alterado com a remoção de cortiços e a construção de uma via expressa. Após uma campanha popular de ativismo social – que resultou a prisão de Jacobs — os planos de Moses foram abandonados, sinalizando uma vitória dos ideias defendidos por Jacobs.
Greenwich Village é, sob muitos aspectos, um estudo de caso pertinente não apenas dos ideais de Jacobs na época, mas dos resultados de suas teorias. Muitos criticam suas ideias por aparentemente ignorar – e até mesmo fomentar – processos de gentrificação que nos anos seguintes se tornaram um dos principais desafios para as cidades. No entanto, outros argumentam que naquele momento histórico, na era da modernização e expansão suburbana, era impossível prever que a preservação de bairros antigos acabasse por elevar o valor do solo.
Após o lançamento de seu primeiro livro, Jacobs ampliou seu escopo de atuação e começou a tratar de temas como economia, moral e relações sociais. A seguir uma lista completa de suas publicações.