Hoje marca o quinto aniversário da abertura do Prada Transformer do OMA. Esta fantástica estrutura temporária, erguida em 2009 adjacente ao Palácio Gyeonghui em Seul, Coreia, é, até hoje, um dos projetos mais populares de Rem Koolhaas. Composto por uma membrana totalmente branca estendida sobre quatro estruturas de aço, o Transformador foi muitas vezes referido como um "anti-bolha" - um hexágono, um retângulo, uma cruz e um círculo inclinado uns contra os outros para criar um objeto tetraédrico que lembra uma tenda de circo. O nome Transformer veio da ideia de que qualquer um dos lados do pavilhão poderia servir como piso do edifício, permitindo quatro espaços exclusivos em um edifício dedicado a exposições de arte moderna, moda e design.
O Prada Transformer foi palco de quatro desses eventos, sendo levantado e reposicionado em uma face diferente de cada vez utilizando um guindaste. O primeiro foi uma exposição de vestuário, exibido usando a planta hexagonal. O segundo, um festival de cinema que teve lugar na planta retangular. Um desfile de moda foi realizado utilizando a planta circular do Transformer e uma instalação de arte foi deixada à mostra usando a planta cruciforme. Como Miuccia Prada afirmou em uma entrevista ao The New York Times, "Na minha mente elas [as artes] podem ser misturadas, mas eu quero mantê-las separadas ... Então, o conceito Transformer não era para um espaço genérico, mas para ser bem específico, com todas as coisas separadas em um edifício."
Nós pedimos a Vincent Mcllduff, do OMA, para nos falar mais sobre este projeto. Veja suas respostas, uma galeria de fotos e um vídeo em time-lapse da transformação à seguir!
Como a membrana estava conectada à estrutura e qual é exatamente o material?
O material usado, chamado de "Membrana Casulo" (produzido por Cocoon Holland BV) é um material sintético que é normalmente usado para envolver e proteger grandes peças de máquinas, que permanecerão inativas durante longos períodos de tempo. O Transformador Prada foi o primeiro exemplo de que esta Membrana Casulo foi utilizada em uma aplicação puramente arquitetônica. No caso do Transformador, uma malha de fibra foi, primeiramente, colada directamente à estrutura de aço do Transformador por meio de um sistema de andaimes intrincado. Em seguida, a membrana foi pulverizada sobre a tela, tornando-se tensionada quando secava. Para partes grandes da membrana que se extendiam não apoiadas entre as formas de aço, primeiro modelamos as formas em 3D, pré-fabricamos elas na Holanda, enviamo-las para Seul, e depois esticamo-las e colamos no lugar.
Onde estavam os pontos de entrada para o transformador e como isso afetou o controle de temperatura no interior?
O foyer do bloco de serviço foi utilizado como ponto de acesso do público. Conforme a edificação rotacionava, o ponto no qual a forma correspondente iria encontrar esse foyer se alteraria. Nós mudamos a estrutura de cada forma para permitir esta área que fosse livre para a entrada. O detalhe para as aberturas era tão temporário em sua natureza quanto o próprio projeto, um simples corte, uma capa de feltro e um fechamento de Velcro.
O controle de temperatura no pavilhão era providenciado pelo chão. O ar era então extraído de cima por ventiladores incorporados na estrutura de aço e exaurido por snorkels na parte superior externa da edificação.
Quais foram os maiores desafios em passar do conceito à construção e como foram resolvidos?
Um dos principais desafios foi em desenvolver um sistema estrutural para as ligações entre as grandes formas de aço que eram para ser montadas no local. A geometria deste tetraedro era complexa, e os ângulos específicos dessas complicadas conexões (no entanto, 5 anos se passaram e ainda me lembro de cada ângulo!). Em seguida, pensamos em um sistema para pré-fabricar de forma exata estes pontos de conexão para que as grandes formas de aço pudessem ser encaixadas na posição exata e aparafusadas no local.
Que aspecto interessante do Transformer não teve o devido destaque na mídia em 2009?
Definitivamente as fundações. Conforme cada face era colocada e virada em sua posição subseqüente os nós onde cada forma poderia ser suportada se moviam. Mapeamos cada posição para cada forma e tentamos acumular-los em zonas de fundação. Estas áreas foram, então, cortadas pela rede de dutos para o pavilhão que criou um estranho e belo padrão baseado unicamente nas necessidades.
Esta não foi a primeira colaboralçao entre Koolhaas e Prada, muito menos a última. O OMA projetou diversos catálogos e passarelas para os desfiles de moda da Prada, e continua ate hoje. O escritório continua a ser prolífico na Ásia, recentemente projetando o Sede da Bolsa de Valores de Shenzhen na China, e o Centro de Artes Performáticas de Taipei em Taiwan. No entanto, o Prada Transformer permanece como uma das obras mais aclamadas do OMA. O crítico Aaron Betsky descreveu-o como "arquitetura de evento", elogiando "a sua capacidade de remontar, na forma e no conteúdo, certos aspectos da nossa cultura visual." A capacidade do pavilhão de chamar a atenção para o trabalho exposto, e não para si, também foi elogiado.
O Transformer foi desmontado em 2009.
Video via o usuário do Youtube, Gold Star.