Foi lançado recentemente em Boston um interessante programa chamado "Prescribe-a-Bike", que permite aos médicos do Centro Médico de Boston prescrever receitas que permitem a inscrição dos pacientes no sistema de bicicletas públicas da cidade por apenas 5 dólares anuais (o custo regular é de 80 dólares anuais).
Os requisitos são: ser residente, ter mais de 16 anos de idade, receber algum tipo de assistência pública ou ter renda familiar que não supere 4 vezes a linha de pobreza de Boston.
1 a cada 4 habitantes da cidade é obeso, por isso as autoridades têm visto no programa uma oportunidade de ajudar diretamente a incentivar os pacientes a fazer o exercício que precisam para melhorar sua saúde.
“A obesidade é um problema de saúde importante e crescente em nossa cidade, sobretudo entre os residentes de baixa renda”, disse Walsh, o Diretor do Centro Médico de Boston. O programa tem como objetivo inscrever 1.000 pessoas.
Através dos anos, muitos pesquisadores observaram os efeitos positivos para a saúde de se andar de bicicleta, chegando a conclusão que os benefícios são maiores que os riscos de lesões em acidentes ou os provocados pelo aumento da exposição à contaminação atmosférica.
Um estudo publicado no British Columbia Medical Journal em 2012, cita o ciclismo como uma atividade válida por vários motivos:
Segundo o estudo, os homens que percorrem trajetos de pelo menos 25 quilômetros semanais têm menos da metade do risco de terem doenças do coração em comparação aos que não são fisicamente ativos. Um estudo sobre atividade física e diabetes tipo 2 mostrou uma redução de 35% do risco de sofrer uma doença ao mover-se diariamente 30 minutos de bicicleta ou a pé. Uma análise recente concluiu que andar de bicicleta ou caminhar até o trabalho está associado com uma redução de 11% no risco de enfermidade cardiovascular.
Os mesmos pesquisadores dizem, no entanto, que nos Estados Unidos e Canadá, os ciclistas têm um maior risco de mortalidade por quilômetro quadrado percorrido que as pessoas que o fazem em automóveis. A solução à esse problema, sugerem, é a construção de melhor infraestrutura para ciclistas. A presença de mais ciclistas na rua também produz mais segurança, o que é possível medir em números. Na Holanda, onde 30% das viagens são feitas de bicicleta, há um risco de mortalidade de 1,1 por 100 milhões de km percorridos em bicicleta; nos Estados Unidos, com 1% das viagens em bicicleta, essa cifra é de 5,8 por 100 milhões de quilômetros. Destes números recentes conclui-se que não apenas aqueles podem participar do programa no Boston Medical Center serão beneficiados, já que com mais pessoas andando de bicicleta nas ruas a segurança aumenta também para demais ciclistas.
Via Plataforma Urbana. Tradução Gabriel Pedrotti, ArchDaily Brasil.