Em vista da extinção de cerca de 40 mil vagas de estacionamento na cidade de São Paulo, o prefeito Fernando Haddad afirmou, nesta última quarta-feira, que as vagas de automóveis não farão falta para a cidade e tampouco atrapalharão o transito da maior cidade do país.
A medida prevê que as milhares de vagas de estacionamento dêem lugar a construção de ciclovias e ciclofaixas, uma iniciativa que, segundo o prefeito, tirará São Paulo do século XIX e lhe garantirá um lugar no século XXI.
Baseando seus argumentos em estratégias já consagradas no velho mundo, sobretudo em países como a Holanda e a Dinamarca – e, da parte da América, o Canadá -, Haddad comentou sobre o alto índice de cidadãos que utilizam a bicicleta como principal meio de transporte nesses países. "Você cuida da sua saúde, do meio ambiente e ainda melhora a mobilidade urbana. É muita vantagem para quase nenhuma desvantagem”, comentou o prefeito.
A medida, entretanto, deixou inquieta uma boa parte da população, que, em curto prazo verá apenas a extinção de milhares de vagas para seus veículos particulares. Nesse sentido, Haddad rebate afirmando que aqueles que estacionavam seus carros na rua poderão migrar para estacionamentos particulares. Ou para outros meios de transporte, esperamos.
A hierarquia instituída na mobilidade urbana em países desenvolvidos – com prioridade no transporte público, seguido pelo transporte individual não motorizado e, em último lugar, o transporte individual motorizado – está sendo, ao que indicam essas declarações, estimada e estimulada pelo prefeito da maior cidade brasileira.
"Estamos numa cidade desenvolvida do ponto de vista da riqueza, mas não do ponto de vista de mentalidade. Então vamos adequar a mentalidade da cidade aos novos tempos. [...] Já perdemos muito tempo.”
Referência: Folha de S. Paulo