Mapear a experiência humana nas cidades para, então, convertê-las em lugares mais habitáveis. Com essa ideia o Grupo de Computação Social do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) lançou no começo de abril o projeto de cartografia “You Are Here”, que tem como objetivo fomentar mudanças sociais em diversas áreas, mostrando, em mapas, tanto os locais onde há falta de vegetação como os lugares onde ocorrem mais acidentes de trânsito, especificamente de bicicletas.
Saiba mais sobre o projeto a seguir.
Atualmente na página do projeto há 13 mapas disponíveis de lugares como o Brooklyn, Cambridge, Los Angeles e San Francisco, entre outros setores e cidades, contudo, os idealizadores esperam chegar até 100 mapas de 100 cidades diferentes.
Sep Kamvar, um dos criadores do projeto e diretor do Grupo de Computação Social, disse à Boston Magazine que “o propósito é fazer com que o que está invisível seja visível para as pessoas de uma maneira clara, ajudando a melhorar a cidade”.
Nesse sentido, esses mapas têm como função exibir dados que facilitem o cotidiano dos cidadãos, como os caminhos escolhidos para andar de bicicleta e evitar os pontos com mais acidentes, e às autoridades e planejadores, para que possam tomar decisões que solucionem alguns problemas corriqueiros.
A informação quanto aos acidentes em bicicleta foram disponibilizados pela polícia e corresponde aos acidentes ocorridos entre 2010 e 2013. Por exemplo, no mapa de Los Angeles estão geolocalizados os 2043 acidentes envolvendo bicicletas ocorridos em 2012. O mapa pode ser lido da seguinte forma: cada ponto amarelo equivale a um acidente e as linhas em vermelho são as ruas onde estes ocorrem com maior frequência.
Além disso, ao analisar o mapa através do projeto pode-se ver o número de acidentes em cada avenida através do Google Street View.
Um segundo tipo de mapa que o projeto desenvolveu trata da vegetação que existe nas ruas, informação obtida através de imagens do Google Street View e que estão condicionadas às mudanças de estação. Tendo como exemplo o mapa de Washington, foi possível observar que a vegetação se concentra no norte da cidade, pois é ali em que existem mais zonas verdes. Além disso, ao navegar pelo histograma pode-se ver o número de ruas que estão representadas em verde, ilustrando a vegetação que possuem.
Um terceiro tipo de mapa corresponde às cafeterias que existem nas cidades e as áreas que estão mais próximas a um ou mais cafés. Nas palavras dos criadores do projeto, mapear esses serviços serve para ter referencias da vida casual em comunidade, porque “estes locais ajudam a construir a comunidade, não apenas nos cafés, mas também nas calçadas dos arredores”.
Esses mapas foram produzidos através do Google Places e determinam a localização dos cafés (representados por pontos vermelhos no mapa) e as distancias a pé. A intensidade da cor em cada ponto indica a distância até o café correspondente.
O grupo que desenvolveu o projeto explica que, em curto prazo, os “mapas serão uma ferramenta para que as pessoas entendam melhor sua cidade, proporcionando uma linguagem que ajude os cidadãos a discutir os aspectos que envolvem a vida urbana convertendo, assim, a cidade num lugar melhor”. Além disso, afirmam que em prazo médio esses mapas serão modificados pelas informações incluídas pelos cidadãos, tornando possível que a cidades sejam lugares mais verdes, mais seguros para o transporte não motorizado e com mais espaços públicos.
Via Plataforma Urbana. Tradução Camilla Ghisleni, ArchDaily Brasil.