![](https://images.adsttc.com/media/images/539e/f871/c07a/803d/f400/08e5/large_jpg/1399932085_gran_v__a_madrid____trioptikmal_v__a_flickr.jpg?1402927206)
Aumentar em 25% as áreas de pedestre, construir mais vias para os ônibus de transporte público e dar-lhes preferência nos cruzamentos, limitar o tempo dos estacionamentos para os automóveis e aumentar a quantidade de bicicletas publicas elétricas, são algumas das medidas que propõe o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS) para Madri, a serem implementadas a partir desse ano até 2020.
Com elas, a prefeitura pretende fazer da capital espanhola uma cidade destinada à cidadania e não aos veículos, convertendo-a num lugar mais amigável para os pedestres, diminuindo os acidentes de transito, a contaminação ambiental e restringindo o uso do automóvel, sobretudo no centro.
Sabia mais detalhes do PMUS a seguir.
Segundo o plano, elaborado pela Prefeitura de Madri, empresas, políticos de diversos setores e organizações civis, a cidade possui três mil quilômetros de ruas. Nelas, a cada dia útil, são realizados 2,5 milhões de percursos em veículos privados, em contraste com os três milhões que se deslocam em transporte publico, sendo 40% desses em ônibus, que não contam com infraestruturas adequadas, particularmente na periferia da cidade.
![](https://images.adsttc.com/media/images/539e/f894/c07a/805c/ea00/0917/medium/1399932124_plan_de_movilidad_urbana_sostenible_madrid_1.png?1402927241)
Por esse motivo, o documento indica a construção de 90 quilômetros de vias para ônibus nesse setor da cidade, já que o meio mais utilizado até agora para chegar à periferia é o automóvel, e isso deve ser mudado. De fato, o diagnostico afirma que, diariamente, sete de cada dez viagens que são feitas de automóvel em Madri, têm como origem ou destino esse setor.
![](https://images.adsttc.com/media/images/539e/f880/c07a/803d/f400/08e6/medium/1399932120_plan_de_movilidad_urbana_sostenible_madrid_2.png?1402927223)
Uma segunda medida que favorecerá as viagens em ônibus, é que eles terão a preferência nos cruzamentos das ruas com tráfico menos intenso. No caso do metrô, o planejamento contempla estender a linha 9 até Costa Brava; e para o trem, um traçado circular similar a autopista M-45. No entanto, essa ultima iniciativa não está confirmada pois depende do Ministério do Desenvolvimento.
Em relação aos deslocamentos a pé, o plano afirma que, entre 2004 e 2012, estes aumentaram de 29% a 31%. Mesmo o número sendo positivo, ele acabou sendo afetado pela falta de recursos econômicos para a construção de mais calçadas. Assim, o PMUS propõe ampliar as calçadas mediante a eliminação de ruas, criando um percurso para o pedestre entre Retiro e a Casa de Campo através do bairro de Lavapiés e tornar as ruas do centro exclusivas para pedestres.
![](https://images.adsttc.com/media/images/539e/f899/c07a/803d/f400/08e7/large_jpg/1399932194_gran_v__a_madrid____trevorhuxham_v__a_flickr.jpg?1402927248)
Outro fato que o plano procura regular são os estacionamentos para automóveis, ainda que em certo aspecto isso seja questionável. Por um lado o preço dos estacionamentos privados será duplicado para que custem o mesmo que os públicos (de 2,75 euros por duas horas a 4,85 euros), diminuindo a circulação de automóveis que procuram estacionamentos, particularmente no centro. O tempo de estacionamento também será limitado a duas horas, controlado com o registro de cada veículo. Contudo, por outro lado, serão construídos 15 mil estacionamentos nos acessos da cidade.
Os efeitos dessa última medida são questionáveis, já que diversos estudos – como “Políticas Públicas destinadas a reduzir o uso do automóvel: Manual de implementação de sistemas de parquímetros para cidades mexicanas”, do Instituto de Políticas para o Transporte e Desenvolvimento (ITDP) de México – demonstraram que quando se aumenta a oferta de estacionamentos, incentiva-se o uso do automóvel.
![](https://images.adsttc.com/media/images/539e/f885/c07a/8056/9e00/0954/large_jpg/1399932117_madrid___caribb_v__a_flickr.jpg?1402927204)
Entre as medidas destinadas a fomentar o uso da bicicleta, está aumentar o número de bicicletas elétricas disponíveis para aluguel, passando de 1.580 a 3.300. Além disso, se estenderá a rede de ciclovias e as ruas das Zonas 30, que são os lugares onde devem conviver os automóveis e as bicicletas. Essas decisões foram tomadas a fim de incentivar o uso desse meio de transporte limpo que ainda não representa nem 1% dos deslocamentos em relação aos realizados em automóveis.
O documento completo do Plano de Mobilidade Urbana sustentável pode ser baixado aqui.
Via Plataforma Urbana. Tradução Camilla Ghisleni, ArchDaily Brasil.