Dos curadores. A exposição do Pavilhão Nórdico foi intitulada FORMS OF FREEDOM: African Independence and Nordic Models, e explora e documenta como a arquitetura moderna da Escandinávia foi parte integrante da ajuda prestada por esses países às nações da África Oriental nos anos 1960 e 70. A arquitetura resultante é de uma qualidade que não havia sido anteriormente estudada ou exposta.
Crença mútua no progresso
A libertação da Tanzânia, do Quênia e da Zâmbia nos anos 60 coincide com a fundação da ajuda ao desenvolvimento nos países nórdicos, onde havia uma crença generalizada de que o modelo social democrático poderia ser exportado, traduzido e utilizado para o crescimento econômico e bem estar social. Os líderes dos estados africanos, por sua parte, buscavam parceiros sem um passado colonial sombrio e buscaram simular os resultados alcançados pelos estados nórdicos após a Segunda Guerra Mundial. As democracias nórdicas e os novos estados africanos estabeleceram sólidos vínculos construídos em uma crença mútua no progresso.
Um campo inexplorado da história da arquitetura
A arquitetura nórdica na África Oriental está ainda por ser estudada e documentada por historiadores. A exposição, desenvolvida pelo Museu Nacional da Noruega em colaboração com o escritório Space Group, gira em torno de dois conceitos. Construir a Libredade "denota a construção arquitetônica das nações onde masterplans foram usados para construir cidades e regiões, protótipos e sistemas prefabricados foram usados para construir centros de educação e saúde, e assim por diante." Encontrar a Liberdade, "por outro lado, denota a experimentação que emergiu deste encontro entre a ajuda nórdica e a construção das nações africanas, em que ideias progressistas podiam ser desenvolvidas como soluções arquitetônicas à altura das vanguardas internacionais.
Quênia: Karl Henrik Nøstvik
Karl Henrik Nøstvik, cujo arquivo permanece intacto, será um dos poucos arquitetos daquele período estudados. Ele estava entre os primeiros empregados pelo governo do Quênia em 1965, como parte da ajuda da Noruega, para construir o primeiro edifício governamental: o Kenyatta International Conference Centre, um ícone nacional do Quênia moderno e independente.
O Museu Nacional em Oslo é o responsável pela exposição nórdica em 2014, e Dr. Nina Berre, Diretora de Arquitetura do Museu Nacional, é a curadora chefe. Gro Bonesmo, sócio do escritório de arquitetura Space Group, foi apontado como co-curador e arquiteto da exposição. Space Group tem sede em Oslo e filiais em São Paulo e Nova Iorque. Os três sócios Gro Bonesmo (Noruega), Gary Bates (EUA), e Adam Kurdahl (Dinamarca) trabalharam por muitos anos com Rem Koolhaas no OMA, em Roterdã, antes de se unirem para fundar seu próprio escritório em Oslo em 1999.