Zaha Hadid assinou o contrato para projetar o edifício do Parlamento iraquiano em Bagdá, apesar de ter ficado apenas em terceiro lugar na competição original de projetos. O BD Online informa que Hadid participou de uma cerimônia na Embaixada do Iraque em Londres onde firmou o contrato, colocando um fim às especulações a respeito da negociação.
A competição original promovida pelo Royal Institute of British Architects a pedido Governo do Iraque teve como vencedor o escritório Assemblage, contudo, após o resultado oficial ter sido divulgado, o Conselho de Representantes do Iraque prosseguiu as negociações com o escritório de Hadid, que obteve o terceiro lugar na competição. As regras da competição deixavam claro que o cliente não tinha a obrigação de dar prosseguimento ao projeto vencedor.
Saiba mais sobre a controvérsia a seguir.
De algum modo, Hadid é a escolha natural para o projeto, já que é cidadã iraquiana e nasceu em Bagdá. Contudo, isso não impediu a enxurrada de críticas contra a falta de transparência do Conselho de Representantes. Peter Besley, diretor do Assemblage, disse que seu escritório nunca foi oficialmente informado de que seu projeto não seria levado adiante, embora - acrescentou - tenham lhe informado, em particular, sobre a decisão alguns meses antes. Besley também confirmou que, pelo menos, o Assemblage recebeu o prêmio de US$ 250 mil.
O sigilo em relação ao projeto de Hadid também foi alvo de críticas, com Ihsan Fethi, crítico de arquitetura iraquiano, dizendo que, apesar de ter solicitado inúmeras vezes, ainda não viu o projeto escolhido. "É claro que isso é contrário ao princípio de transparência e é absolutamente inaceitável que nós, arquitetos iraquianos, ou qualquer cidadão iraquiano, sejamos privados de saber como será nosso Parlamento. Não temos absolutamente nenhuma ideia", disse Fethi num e-mail enviado pela Sociedade de Arquitetos Iraquianos.
Aqueles que viram o projeto de Hadid, no entanto, levantaram críticas. Um dos jurados do concurso chamou o projeto de "muito complicado", acrescentando que, embora a competição pedisse por um projeto que tratasse de "como os deputados encontram seus eleitores e como as pessoas se reúnem", o projeto de Hadid, ao contrário, "afasta todo mundo". Na avaliação original da competição, o projeto de Hadid marcou 76%, enquanto que o do Assemblage obteve 88%.
Todavia, o novo acordo encerra oficialmente a discussão e - garantindo que o processo transcorra sem imprevistos a partir de agora - dará à Hadid seu segundo edifício em seu país natal - em 2012 a arquiteta foi escolhida para projetar o Banco Central do Iraque.
Via BD Online