Eduardo Elísio Machado Souto de Moura nasceu no Porto em 25 de julho de 1952, formou-se em arquitetura pela Escola de Belas Artes do Porto e iniciou sua carreira trabalhando com Álvaro Siza, com quem mantém até hoje uma relação profissional muito rica.
Sua obra é frequentemente associada a uma suposta corrente de influência miesiana, no entanto, seus projetos revelam um virtuosismo singular na escolha dos materiais – granito, madeira, mármore, tijolo, aço, concreto e vidros são apenas algumas das texturas que compõe a paleta de Souto de Moura.
Em 2011 se tornou o segundo arquiteto português a receber o Prêmio Pritzker – o primeiro foi Álvaro Siza, que recebeu a honraria em 1992. Além deste prêmio, Souto de Moura já recebeu, entre outros, a Medalha de Ouro Heinrich Tessenow em 2001 e o Prêmio Wolf de Artes em 2014.
Em palestra no Holcim Forum 2004, evento sobre arquitetura sustentável, o arquiteto português sintetizou em belas palavras sua visão sobre a nossa disciplina:
Para mim, arquitetura é uma questão global. Não existe arquitetura ecológica, ou arquitetura inteligente, ou arquitetura sustentável – existe apenas boa arquitetura. Sempre há problemas que não podemos negligenciar; por exemplo, energia, recursos, custos, aspectos sociais – deve-se sempre prestar atenção a todos eles.
Notável também é sua sensível aproximação às pré-existências, seja em projetos inseridos em densos e consolidados conjuntos urbanos, ou nos casos em que as comissões lhe obrigam a intervir diretamente em edificações de alto valor histórico. Do primeiro tipo, vale mencionar seu projeto para a estação Bolhão do Metrô do Porto, em que o bloco monolítico de acesso às plataformas recua gentilmente, abrindo espaço para uma pequena praça urbana. Do segundo caso, merece destaque as soluções empregadas no Convento das Bernardas e no Convento de Santa Maria do Bouro, em que prevalece o respeito e reserva ao patrimônio.
Durante a cerimônia de premiação do Pritzker em 2011, o júri – composto na época por Lord Palumbo, Alejandro Aravena, Carlos Jimenez, Glenn Murcutt, Juhani Pallasmaa, Renzo Piano, Karen Stein e Martha Thorne – comentou que "em sua aparente simplicidade formal, os edifícios de Souto de Moura mesclam referências complexas às características da região, paisagem, terreno e história arquitetônica. Frequentemente, geometrias simples são marcadas pela interação de sólidos e vazios ou de luz e sombra.”
Além dos longos anos a lidar com a prática projetual, Souto de Moura tem uma prolifica carreira acadêmica, sendo professor catedrático da Facudade de Arquitetura e Urbanismo do Porto (FAUP) e professor visitante nas escolas de arquitetura de Genebra, Paris-Belleville, Harvard, Dublin, ETH Zurich e Lausanne.
Revisite algumas das obras se Souto de Moura publicadas em nossa página:
- Casa das Histórias Paula Rego
- Centro Cultural de Viana do Castelo
- Estação do Metrô Casa da Música
- Hotel & Catering School (projetado em colaboração com Graça Correia)
- Complexo La Pallaresa (projetado em colaboração com Terradas Arquitectos)
- Metrô do Porto
- Edifício Cantareira
- Reconversão do Convento de Santa Maria do Bouro (projetado em colaboração com Humberto Vieira)
- Convento das Bernardas
- Auditório A (projetado em colaboração com Graça Correia)
- Casa na Maia 2
- Espaço Miguel Torga
- Loteamento e casas das Sete Cidades (projetado em colaboração com Adriano Pimenta)
- São Lourenço do Barrocal
- MIEC + MMAP (projetado em colaboração com Alvaro Siza)