Quando falamos em cidades “inteligentes”, é comum pensarmos em cidades muito desenvolvidas tecnologicamente. Embora isso esteja correto, a tecnologia é apenas parte de uma série de atributos que, quando analisados em conjunto, determinam o quão inteligente uma cidade é. Dentre os aspectos observados estão também o acesso aos serviços públicos, os planos de descontaminação e gestão de recursos naturais, os métodos de participação dos cidadãos, entre outros.
Com o intuito de descobrir quais são as cidades mais inteligentes do mundo, o Centro de Globalização e Estratégia, juntamente com a Universidade de Navarra, elaborou o Índice Cities in Motion (ICIM) que, entre 2011 e 2013, analisou dez indicadores (Governo, Planejamento Urbano. Gestão Pública, Tecnologia, Meio-Ambiente, Projeção Internacional, Coesão Social, Mobilidade e Transporte, Capital Humano e Economia) em 135 cidades de 55 países.
Veja a seguir as 10 primeiras cidades do ranking.
1. Tóquio (Japão)
Os resultados por indicadores são classificados numa escala de 1 a 100 que dão origem ao Índice Cities in Motion (ICIM). Nele, Tóquio foi a única cidade com 100 pontos entre as 135 analisadas.
Ao revisar a classificação da capital japonesa nos indicadores, pode-se ver que ela liderou a categoria Capital Humano, que mede a capacidade de criar estratégias para atrair talentos, melhorar a educação e impulsionar a pesquisa. Da mesma forma, liderou em Gestão Pública, indicador que representa como as contas públicas influenciam na qualidade de vida de seus habitantes e na sustentabilidade da cidade.
Por outro lado, os indicadores mais baixos de Tóquio foram Meio Ambiente e Coesão Social. No primeiro, que avalia os planos de descontaminação e a gestão de recursos naturais, ocupou 20° lugar, já no segundo, que determina o desenvolvimento das comunidades, ela ocupou a 125ª posição.
Quanto à Mobilidade e Transporte, Tóquio ocupou o sexto lugar, obtendo a melhor posição para este indicador entre as 10 cidades mais inteligentes. Em Tecnologia, ocupou o posto número 16.
2. Londres (Reino Unido)
Com 84,36 pontos, Londres apresenta um desempenho alto – entre 60 e 90 pontos – que lhe confere o segundo lugar no ranking geral.
Em relação à classificação nos indicadores, ela ocupou os primeiros lugares em dois deles: Tecnologia e Projeção Internacional. Enquanto que o primeiro mede a presença das TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) e a massificação do desenvolvimento tecnológico, o segundo tem como foco melhorar a imagem que projeta a cidade para atrair os investidores financeiros.
Os resultados mais baixos de Londres aparecem nos índices Gestão Pública e Coesão Social. No primeiro que analisa a eficiência da administração, Londres obteve 28° lugar, e no segundo, o 96°, sendo Coesão Social o pior dos aspecto analisados da capital britânica.
3. Nova Iorque (Estados Unidos)
Os empreendedores, o Produto Interno Bruto (PIB) e o tempo necessário para abrir um negócio são alguns dos fatores do indicador Economia no qual Nova Iorque obteve a primeira colocação. Sua segunda melhor posição foi no índice Capital Humano, em que obteve o segundo lugar, seguindo Tóquio. A respeito do índice Tecnologia, a cidade mais fotografada do mundo obteve o quarto lugar.
Assim como Londres, Nova Iorque também foi classificada com uma performance Relativamente Alta, obtendo 81,25 pontos no ICIM.
Segundo os resultados, os indicadores em que Nova Iorque poderia melhorar são Meio-ambiente (37° lugar) e Coesão Social (110° lugar).
4. Zurique (Suíça)
O principal centro cultural e econômico da Suíça obteve 79,94 pontos no ICIM, o que lhe confere um desempenho Relativamente Alto e lhe garante o quarto lugar na lista.
Assim como as três primeiras colocadas, Zurique também lidera em um indicador que, no seu caso, corresponde a Meio-Ambiente e esteve entre as posições mais altas em Gestão Pública (2°) e Coesão Social (3°), obtendo nesse último a posição mais alta entre as 10 cidades mais inteligentes do mundo.
Suas posições mais baixas foram obtidas em Projeção Internacional (40° lugar) e Tecnologia (27° lugar).
5. Paris (França)
A cada ano mais de 40 milhões de turistas estrangeiros chegam à capital francesa, que obteve o 2° lugar em Projeção Internacional entre as 135 cidades analisadas.
Dentre os outros indicadores em que obteve altas pontuações estão: Economia (4°), Meio-Ambiente (5°) e Planejamento Urbano (7°), Baseando-se nesse último indicador, que mede a qualidade da infraestrutura sanitária e a superlotação de moradias, Paris é a cidade com a segunda melhor posição entre as 10 primeiras.
Os indicadores que obtiveram piores resultados foram Coesão Social (74°) e Gestão Pública (87°).
6. Genebra (Suíça)
As estratégias de desenvolvimento sustentável implementadas para assegurar a reserva de água potável e controlar a contaminação (principalmente PM10 e metano) garantiram a Genebra o primeiro lugar em Meio-Ambiente. Outros indicadores em que Genebra se destaca são Planejamento Urbano (4°) e Coesão Social (5°).
Genebra obteve colocações baixas em Projeção Internacional, onde ocupou o 56° lugar, e em Mobilidade e Transporte. A média dos indicadores lhe conferiram um desempenho Relativamente Alto com 75,61 pontos em uma escala de 1 a 100.
7. Basiléia (Suíça)
Basiléia obteve o primeiro lugar em Meio-Ambiente, juntamente com outras duas cidades suíças, Zurique e Genebra. Os demais índices que fizeram com que essa cidade obtivesse 70,91 pontos foram: Gestão Púbica (4° lugar), Planejamento Urbano (5° lugar) e Governo (7° lugar), esse último diz respeito aos direitos civis e a corrupção.
Os indicadores que obtiveram uma pior avaliação foram Capital Humano (80°) e Projeção Internacional (95°).
8. Osaka (Japão)
As duas melhores colocações dessa cidade japonesa foram em Gestão Pública e Planejamento Urbano, sétimo lugar em ambas. Osaka se destacou em um terceiro ponto: 8° lugar em Mobilidade e Transporte.
Vale mencionar que esse índice mede a qualidade da infraestrutura de transporte – pública ou privada – e da logística, já que ambos influenciam nos processos produtivos e, consequentemente, na qualidade de vida de seus habitantes. Além disso, considera-se a eficiência dos sistemas de transporte no sentido de desmotivar o uso do automóvel, oferecendo melhores soluções a estes.
Por outro lado, o indicador no qual a cidade obteve avaliação mais baixa foi Coesão Social, ocupando o 112° lugar.
9. Seul (Coréia do Sul)
Mesmo sendo a cidade sede de importantes empresas de tecnologia, como a LG e a Samsung, Seul não aparece entre as dez primeiras colocadas em Tecnologia, ocupando o 13° lugar. Dentre os piores indicadores de Seul estão Coesão Social (80° lugar), Mobilidade e Transporte (43°) e Meio-Ambiente (31°).
No entanto, Seul ocupa boas colocações em Capital Humano (7° lugar), Gestão Pública (8°) e Economia (9°).
10. Oslo (Noruega)
A melhor avaliação de Oslo foi em Planejamento Urbano, ocupando o 4° lugar neste indicador, juntamente com Genebra. Também obteve o quarto lugar em Meio Ambiente, seguindo Riga (Letônia) que obteve o 87° lugar no ranking geral. A capital norueguesa também foi bem avaliada em Coesão Social, ocupando o 6° lugar.
Por outro lado, Oslo obteve suas avaliações mais baixas em Mobilidade e Transporte (45°) e em Projeção Internacional (50°).
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Via Plataforma Urbana. Tradução Camilla Ghisleni, ArchDaily Brasil.