Já faz bastante tempo que a arte deixou as galerias e os museus para fazer parte do cotidiano dos cidadãos. É assim em diversas cidades do mundo que apresentam verdadeiros museus ao ar livre, onde as ruas e os edifícios renovam a paisagem com enormes murais.
Seja como forma de aproximar a arte dos cidadãos, de converter as cidades em novas galerias, de tornar as cidades lugares mais inspiradores ou, também, de validar a arte urbana frente as autoridades, são várias as iniciativas que estão sendo levadas adiante para consolidar estas mostras de arte em todo o mundo através de festivais que proporcionam o contato mais estreito entre os cidadãos e as expressões artísticas.
A seguir, mostramos quatro festivais de arte urbana que estão sendo realizados em Aalborg, Boras, Helsinque e Malmö.
Arabian Street Festival
Mercado de pulgas, malabaristas, música ao vivo e reciclagem são o complemento deste festival de arte urbana realizado desde 2008 no distrito de Arabia em Helsinque.
Todo ano esta região da capital finlandesa reúne centenas de pessoas que vão às ruas para ver os muralistas ao vivo e desfrutar dos cafés e restaurantes que existem na área.
Na última edição, realizada em maio, os artistas criaram 10 murais, pequenas intervenções urbanas e pintaram dezenas de caminhões – manifestações que têm como objetivo levar a arte urbana para todas as partes da cidade.
Artscape
Aproximar a arte e a cidadania é o objetivo do Artscape, um festival de arte urbana realizado em maio deste ano na cidade sueca de Malmö.
Entre os muralistas que participaram do evento deste ano estavam Cyrcle, Faith 47, D*Face e Phlegm. A maioria das intervenções são murais que aproveitam as fachadas cegas dos edifícios, mas também foram realizados yarn bombings - que consistiram em cobrir grandes objetos, como um caminhão, com lã - pela artista francesa Mademoiselle Maurice.
No Limit
Outro dos grandes eventos de arte urbana realizado na Suécia é o No Limit. Este festival surgiu em Borascomo uma maneira de mostrar ao governo que o muralismo é uma expressão artística contemporânea válida, após as autoridades terem implementado a política de “Tolerância Zero” sobre aqueles que eram pegos pintando os edifícios.
A última edição deste festival foi realizada durante os primeiros dias de setembro e reuniu artistas urbanos importantes, como o brasileiro Eduardo Kobra, que realizou um enorme retrato do sueco Alfred Nobel; Peeta, que se dedicou a fazer tipografias tridimensionais; e Carolina Falkholt, que apresenta seu ponto de vista sobre o feminismo, personagens contemporâneos e a história do bairro onde pinta.
We Aart
Lars Bonde e Mads Mulvad são dois artistas que se propuseram a criar o primeiro festival dinamarquês de arte urbana com foco exclusivo nos murais. Foi assim que nasceu o We Aart, um evento realizado pela primeira vez em setembro deste ano na cidade de Aalborg, uma das maiores do país.
Para o festival foram convidados 10 artistas ou coletivos, que receberam, cada um, um enorme muro a ser pintado. Desta forma, os criadores não só buscam que a arte chegue aos espaços públicos, mas que as ruas sejam lugares inovadores e inspiradores para repensar o papel dos espaços públicos urbanos.
Em sua primeira edição o We Aart reuniu muralistas de renome, como Aryz de Barcelona, que, em conjunto dom Fintan Magee, realizou uma pintura inspirada na obra The Flower Carrier de Diego Rivera. Também participaram AEC e Waone, integrantes do coletivo ucraniano Interesni Kazki. O primeiro criou “Lighthouse”, um mural surrealista que mostra um homem-farol, enquanto que o segundo pintou uma cena que mescla elementos típicos do folclore escandinavo.
Via Plataforma Urbana. Tradução Arthur Stofella, ArchDaily Brasil.