Promovido pela revista Arquitetura & Construção, a 7ª edição do Prêmio O Melhor da Arquitetura 2014 premiou os melhores projetos arquitetônicos do Brasil, durante uma cerimônia realizada esta semana no no SESC Pompéia, em São Paulo.
Criado em 2008, o evento tem como objetivo premiar os melhores projetos arquitetônicos realizados no Brasil e destacar a criatividade e a inovação dos arquitetos do país. Segundo a redatora-chefe da revista, Marianne Wenzel, “o prêmio serve também para democratizar o debate sobre os grandes temas da arquitetura. Aos poucos, principalmente no Brasil, a população começa a perceber a importância da organização e qualidade dos espaços, sejam eles públicos ou privados, e a revista tem um papel importante nesse cenário”.
Na ocasião foram premiados os melhores projetos da arquitetura brasileira nas seguintes categorias: Intervenção Urbana; Retrofit; Edifícios Culturais; Escolas e Universidades; Edifícios Comerciais (menos de 2 mil m² e mais de 2 mil m²); Espaços Comerciais; Lojas; Escritórios; Bares e Restaurantes; Condomínios Residenciais; Reforma de Casa; Reforma de Apartamento; Casa de Praia; Casa de Campo; Casa Urbana - menos de 300 m² e mais de 300 m²).
Mais de 400 projetos foram submetidos ao júri, dos quais foram selecionados 53 finalistas que concorreram ao prêmio. Após essa etapa ocorreu, entre 29 de agosto e 25 de setembro, a votação pela internet.
Além da homenagem e do recebimento do troféu, os vencedores terão os seus projetos publicados na edição de novembro da revista Arquitetura & Construção.
PROJETOS PREMIADOS
INTERVENÇÃO URBANA
Obra: Ponte sobre Canal Guarapiranga
Autor: Loeb Capote Arquitetura e Urbanismo
Ponte Friedrich Bayer / LoebCapote Arquitetura e Urbanismo
Com 90 m de comprimento, a nova conexão entre as margens do rio Pinheiros, na capital paulista, é de uso exclusivo de pedestres e ciclistas. Duas ilhas metálicas, apoiadas sobre os tubulões de concreto que sustentam a ponte, servem de parada para os usuários. O trecho central é móvel – motores elétricos rotacionam a estrutura para garantir a navegabilidade do curso d’água.
RETROFIT
Obra: Centro de Debate de Políticas Públicas
Autor: Reinach Mendonça Arquitetos Associados
Depois de sofrer adaptações nos acessos e nos ambientes internos, a residência dos anos 50, em São Paulo, tornou-se a sede de um instituto de pesquisa. Duas novas marquises de concreto conduzem à construção principal, sem descaracterizar o jardim, que leva a assinatura do paisagista Burle Marx. Novas aberturas foram criadas para melhorar a iluminação e o conforto térmico da edificação de 710 m².
EDIFÍCIOS CULTURAIS
Obra: Galeria Tunga
Autor: Rizoma Arquitetura
Localizada em Brumadinho, MG, esta galeria de arte está totalmente integrada ao entorno, graças aos enormes painéis de vidro. Os arquitetos tiraram partido do perfil natural do terreno para sugerir o percurso dos visitantes, que acontece por meio de escadas e rampas de madeira. Estrutura metálica e paredes internas de drywall estão presentes no projeto de 2 550 m².
ESCOLAS E UNIVERSIDADES
Obra: Centro de Atividades Didáticas das Ciências Naturais da UFMG
Autor: Departamento de Planejamento Físico e Projetos
Com salas de aula e auditórios, este complexo acomoda em quatro blocos os estudantes que frequentam o campus onde está inserido, em Belo Horizonte. A distribuição dos espaços internos e o rebaixamento do forro proporcionaram um grau de conforto ambiental alinhado aos princípios de eficiência energética. O projeto soma 8 662 m².
EDIFÍCIOS COMERCIAIS – MENOS DE 2 MIL M²
Obra: Lopes Quintas
Autora: Gisele Taranto Arquitetura
O edifício de 1 719 m² exibe recursos que amenizam a alta insolação e a temperatura elevada do Rio de Janeiro. Toldos verticais microperfurados asseguram o controle de luminosidade e o conforto térmico dos ambientes internos. No telhado, uma cobertura verde reforça a preocupação com os efeitos da incidência solar. As amplas varandas remetem às típicas torres residenciais do bairro.
EDIFÍCIOS COMERCIAIS – MAIS DE 2 MIL M²
Obra: Edifício Corujas
Autor: FGMF Arquitetos
Com a intenção de criar espaços de trabalho informais e integrados a um pátio arborizado, os arquitetos exploraram grandes aberturas. Os vãos, fechados com vidro ou brises metálicos, permitem a passagem de luz natural, o que reduz o uso de iluminação artificial. Madeira, estrutura metálica e pré-moldada de concreto completam a lista de materiais adotados no complexo de 6 880 m², em São Paulo.
ESPAÇOS COMERCIAIS
Obra: Atelier Aberto
Autor: AR Arquitetos
Atelier Aberto / AR Arquitetos
Em São Paulo, o projeto de 200 m² distribui as diferentes tarefas do ateliê em ambientes delimitados por volumes de concreto aparente. As conexões se dão por meio de escadas e passagens com portas gigantes de vidro. Um desses blocos avança na frente do terreno, criando uma praça semipública. Nas áreas de exibição, trilhos com focos de luz móveis funcionam quando a luz natural não é suficiente.
LOJAS
Obra: Livraria Cultura
Autor: studio mk27
O espaço paulistano de 2,5 mil m² faz mais do que comercializar livros e outros produtos culturais: seu último piso funciona como uma imensa área de convivência. Rodeado de estantes, ele conta com mesas, cadeiras e uma arquibancada de madeira – mesmo material adotado no teto, para deixar o amplo salão mais acolhedor.
ESCRITÓRIOS
Obra: Estúdio de Fotografia
Autor: Stuchi & Leite Projetos
Um antigo apartamento paulistano transformou-se neste estúdio de 92 m². Foram removidas todas as paredes internas, e uma marcenaria minuciosa delimitou os espaços reservados para equipamentos, acervo de obras e material de consulta, estação de trabalho e uma copa. Na área antes dedicada à lavanderia, uma plataforma eleva o piso para garantir a vista do bairro.
BARES E RESTAURANTES
Obra: Mundial
Autor: Apiacás Arquitetos
O cronograma apertado exigia agilidade na construção do bar de 300 m², em uma esquina de um bairro badalado de São Paulo. Os arquitetos optaram por componentes pré-moldados, como a estrutura metálica e painéis de concreto armados com treliça metálica, tanto nas lajes como nas paredes de fechamento. O piso de madeira traz aconchego ao ambiente, finalizado com iluminação e mobiliário contemporâneos.
CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS
Obra: Residências da Mata
Autor: Arquitetura Gui Mattos
As casas deste condomínio em Porto Feliz, SP, tiram proveito da topografia acidentada. Erguidas sobre pilotis, elas possuem acesso por meio de passarelas. A concepção arquitetônica previu a racionalização da montagem, que emprega estruturas metálicas e lajes pré-fabricadas. Banheiros prontos e treliças para a fachada também agilizaram a obra de 5,3 mil m².
REFORMA DE APARTAMENTO
Obra: Apartamento rua Pirapetinga
Autor: Piratininga Arquitetos Associados + JPG.ARQ
Depois da reforma que descortinou a estrutura metálica original, o apartamento de 600 m2 em Belo Horizonte teve a planta reorganizada para adequar a distribuição dos ambientes à escala do imóvel. Os arquitetos eliminaram as divisórias tradicionais dos ambientes, deixaram as lajes de concreto à vista e projetaram uma iluminação cênica, com canaletas de luz indireta e focos voltados às obras de arte dos moradores.
REFORMA DE CASA
Obra: Casa VRP
Autor: Figueroa.Arq
Em uma vila paulistana, a antiga casinha geminada, com problemas de umidade e má iluminação, virou um sobrado claro, integrado e arejado. O novo projeto incorporou um jardim vertical e passarelas metálicas no trecho de pé-direito duplo e na área externa. Os 91 m2, distribuídos em um terreno de 4 x 16 m, dividem-se em ambiente social, no térreo, e dois quartos com banheiro, no piso superior.
CASA DE PRAIA
Obra: Casa Xan
Autor: Mapa Arquitetos
Uma parede solta de concreto, sem fechamento lateral, faz as vezes de muro na fachada da casa de 300 m², em Xangrilá, no litoral gaúcho. Atrás desse bloqueio visual, todo o andar térreo, com os espaços sociais, integra-se ao exterior por meio de esquadrias com painéis de vidro. O piso superior, com três dormitórios, é envolvido por brises de madeira e esquadrias, que seguem a mesma linguagem do ripado vertical.
CASA DE CAMPO
Obra: Casa GCP
Autor: Bernardes Arquitetura
Residência GCP / Bernardes Arquitetura
Dois pavilhões compõem a casa de fim de semana, em Porto Feliz, SP. Um deles, que concentra as atividades sociais, tem estrutura de madeira com brises pivotantes de cobre azinhavrado (oxidação esverdeada da superfície), que protegem as salas do sol da tarde. As áreas de estar e gourmet voltam-se para a piscina. O pavilhão íntimo, executado em concreto, completa os 910 m² de área construída.
CASA URBANA – MENOS DE 300 M²
Obra: Casa de fim de semana em São Paulo
Autor: SPBR Arquitetos
Concebida ‘de cima para baixo’, a casa respeita o limite de 6 m de altura estabelecido para o bairro, na capital paulista. Esta cota máxima passou a ser o piso térreo, com uma piscina suspensa que funciona como contrapeso para o solário. No andar intermediário estão distribuídos os cômodos da ala íntima. E o nível do solo ficou completamente livre, com um farto jardim e uma convidativa área comum.
CASA URBANA – MAIS DE 300 M²
Obra: Casa em São Paulo
Autor: Mauro Munhoz Arquitetura
Esta casa paulistana alia estrutura leve e delgada, de concreto branco, a grandes caixilhos de aço corten, que emolduram tanto os painéis de vidro como os fechamentos de gesso acartonado. No piso superior, mais fechado, destacam-se as janelas com madeira ripada. No térreo, as áreas sociais conectam-se ao espaço externo, tirando partido da transparência e da leveza dos elementos.