Antes de iniciar seus estudos de arquitetura na Architecture Association de Londres, Rem Koolhaas embarcou em uma breve carreira no cinema como membro do 1,2,3 Group, um grupo composto por cinco jovens que compartilhavam diferentes funções em frente e atrás das câmeras numa espécie de cinema anti-autoral.
O primeiro filme produzido pelo grupo surgiu da longa amizade de Rem com o roteirista e diretor Rene Daalder que, juntamente com Jan de Bont, Frans Bromet e Samuel Meyering, produziram o curta metragem 1,2,3 Rhapsody (1965), filme em que os membros do grupo desempenharam múltiplas funções, com Rem atuando como ator e operador de câmera em algumas sequências.
Após o lançamento do primeiro filme, Daalder escreveu e dirigiu vários curtas metragens, o que lhe rendeu algum reconhecimento e a oportunidade de filmar seu primeiro longa metragem – The White Slave (1969) – cujo roteiro escreveu em parceria com Koolhaas. A obra, uma alegoria provocativa sobre o declínio da civilização europeia, foi vista na época como um “filme B”, um “absurdo à la Buñuel”.
A mudança de rumo na carreira de Koolhas se deu, segundo ele próprio, aos 24 anos durante uma palestra sobre os filmes proferida a pedido de um amigo que estudava arquitetura na Universidade de Delft. Enquanto falava sobre filmes para um público de arquitetos, Koolhaas percebeu que queria trocar de lugar com a plateia.
Olhando em retrospectiva, vemos com clareza que essa experiência precoce no cinema influenciou sua carreira como arquiteto; seus roteiros continuam a ser escritos, tanto em seus livros como em seus edifícios.
O ArchDaily Brasil agradece a Rene Daalder que gentilmente cedeu os filmes para que fossem publicados em nossa página.
Referências: The Architecture Foundation e The New Yourk Times