Em 1989 a costa central da Califórnia foi assolada por um terremoto de 6.9 graus na escala Richter que destruiu infraestruturas e edifícios em San Francisco, Oakland e várias outras cidades costeiras. O Terremoto Loma Prieta causou um prejuízo estimado em US$ 6 trilhões, levando pesquisadores a desenvolverem técnicas de gestão de atividades sísmicas em centros urbanos. Vinte e cinco anos depois, uma equipe de engenheiros da Stanford University criou uma fundação economicamente viável para edifícios residenciais capaz de resistir três vezes mais que a magnitude do terremoto de 1989.
Saiba mais sobre a tecnologia desenvolvida em Stanford, a seguir.
Dos 10 mil terremotos que acontecem anualmente na Califórnia, cerca de 15 a 20 deles podem causar sérios danos a milhões de estruturas em todo o estado. O seguro contra terremotos incide sobre os proprietários para compensar os custos ligados às grandes reconstruções de infraestruturas e habitações, custando aos habitantes cerca de US$ 673 por ano. A equipe de engenheiros de Stanford começou a desenvolver uma fundação que poderia suportar as mais severas atividades sísmicas, potencialmente reduzindo os gastos com seguros contra terremotos. O projeto de casa resultante utiliza tecnologia monobloco automotiva para criar um estrutura capaz de suportar os maiores terremotos já registrados na Califórnia.
A premissa por trás dessa tecnologia é simples: "Quando o solo estiver se movendo, a casa simplesmente deslizará", diz Edouardo Miranda, professor associado de engenharia em Stanford. Durante o terremoto, a casa se moveria através de uma série de "isoladores", controles deslizantes sobre discos de aço galvanizado, minimizando os efeitos destrutivos da intensa vibração estrutural. Quando combinada com uma estrutura monobloco, os isoladores minimizam as vibrações vindas do solo, eliminando os efeitos do terremoto. A tecnologia é semelhante à já utilizada em muitos edifícios públicos na Califórnia, porém muito mais barata: os pesquisadores estimam que o custo de implementar o sistema será entre US$ 10 e 15 mil, acrescentando quatro dias no tempo de construção.
Testes estruturais foram realizados na University of California San Diego, lar do maior simulador de terremotos dos EUA. A "plataforma vibratória" do simulador mede 10,8 m por 6,6 m e pôde acomodar uma casa de dois pavimentos construída pela equipe. As simulações foram baseadas em terremotos que já assolaram o estado e a casa foi testada com e sem os isoladores. Segundo a equipe, a casa superou as expectativas durante os testes e apenas mostrou danos estruturais após ser testada com a capacidade máxima do simulador.
A tecnologia contra terremotos desenvolvida pelos pesquisadores está pronta para ser implementada em zonas de atividades sísmicas em todo o mundo, tendo passado por vários testes rigorosos de segurança. O próximo passo é a aprovação de zoneamento e inclusão em projetos residenciais. Saiba mais sobre a tecnologia aqui.