A menos de 2 anos dos Jogos Olímpicos de 2016, as obras no Rio de Janeiro estão em marcha e as cifras atribuídas a elas continuam ascendentes. É o que mostra o acórdão do Tribunal de Contas da União publicado no início deste mês, segundo o qual o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio-2016 destinará R$ 254,9 milhões pelo aluguel do condomínio onde será instalada a Vila dos Atletas, na Barra da Tijuca, valor 456% maior do que a primeira previsão oficial, de R$ 45,8 milhões.
O empreendimento, lançado em conjunto pelas construtoras Carvalho Osklen e Odebrecht, consiste em um projeto residencial para 3.064 apartamentos de 82m² a 320m², com preços que variam de R$ 780 mil a R$ 2 milhões.
Durante os Jogos Olímpicos o Comitê Organizador alugará o espaço do empreendimento por R$ 254,9 milhões. Neste valor está incluído o custo de desmontagem e reforma dos apartamentos (processo de reconversão) após o uso durante os Jogos, para que as empreiteiras recebam o empreendimento pronto para entrega a seus compradores.
Diante do aumento de 456% do valor previsto após a confirmação de que as Olimpíadas aconteceriam no Rio de Janeiro, o TCU determinou que a Caixa Econômica Federal realize uma avaliação independente do valor da locação do condomínio, bem como uma avaliação do valor da reconversão da Vila dos Atleta.
Casos como este, sem mencionar o sucateamento das enormes estruturas esportivas após a conclusão dos jogos, colocam em xeque a ideia de prosperidade social e econômica vinculada a eventos esportivos como as Olimpíadas e a Copa do Mundo.
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