Ano passado, a construção de arranha-céus bateu todos os recordes. Segundo um novo relatório do Council of Tall Buildings and Urban Habitat (CTBUH), em 2014 foram construídos 97 edifícios com mais de 200 metros de altura. Desses, 11 tinha mais de 300 metros, rendendo-lhes a nomeação de "super altos". Esses são os números mais altos já registrados, com 2011, por exemplo, dando lugar a apenas 87 edifícios de mais de 200 metros.
Além disso, em 2014 a altura total dos edifícios construídos (23.333 metros) bateu o recorde de 2011 de 19.852 metros. Com grandes países como a China se tornando cada vez mais urbanizados e a economia global se recuperando da recessão, o CTBUH espera que esses números apenas aumentem. Veja os detalhes do relatório do conselho e saiba o que esses números podem dizer sobre o futuro da construção de arranha-céus, a seguir.
O documento revela que desde 2000 houve um crescimento de 352% no número de edifícios com mais de 200 metros, com a China contribuindo significativamente com esse número. Nos últimos sete anos, o país dominou a construção de edifícios com mais de 200 metros, com 58 destes apenas em 2014. Essa cifra equivale a 60% do total, sendo que apenas o continente asiático garantiu 76% do total. As Filipinas ficaram com um distante segundo lugar, com cinco arranha-céus concluídos, enquanto o Qatar e os EAU empataram em terceiro lugar com quatro grandes edifícios cada. Os EUA ficaram em quarto lugar com três edifícios concluídos (empatados com o Japão, Indonésia e Canadá), mas distinguiu-se por construir o edifício mais alto de 2014 - o One World Trade Center em Nova Iorque, com 541 metros de altura.
Dos 97 arranha-céus concluídos este ano, 52 (54%) usaram métodos construtivos compostos, 20% a mais que o último ano. Trinta e sete (38%) usaram concreto, uma queda de 21% em relação a 2013. Surpreendentemente, o uso exclusivo de estrutura metálica aumentou 2%, com 5% dos edifícios sendo construídos apenas com aço. Essas tendências refletem a prevalência de edifícios de escritórios: dos 97 arranha-céus registrados, 47 deles são exclusivamente corporativos. Outros 26 são classificados como uso misto, isto é, também incorporam escritórios. Tradicionalmente, esses espaços requerem grandes áreas sem colunas e no passado, o aço podia atender essa exigência muito bem. Em construções recentes, no entanto, a rigidez e resistência do concreto ao fogo fizeram dele um valioso acréscimo aos edifícios de estrutura metálica, frequentemente constituindo o núcleo ou exoesqueleto do edifícios.
Por que, então, o aumento na construção com aço em 2014? A resposta depende da localização e do arquiteto. Três dos cinco edifícios de aço estão no Japão e um deles em Taiwan. Ambos os países apresentam atividade sísmica regular, e as exigências para garantir a segurança do edifício são mais fácies de cumprir com o uso de estrutura metálica. Outro projeto a usar esse tipo de estrutura é o London Leadenhall Building, de Rogers Stirk Harbour + Partners. A necessidade de elementos prefabricados nesse projeto fez do aço a melhor opção estrutural. Rogers Stirk Harbour and Partners também são muito conhecidos pelo uso de estrutura metálicas externas.
O CTBUH espera que este ano seja ainda mais ativo, com uma expectativa de 105 a 130 novos edifícios. A China, mais uma vez, dominará o cenários, com 106 edifícios com mais de 200 previstos para serem concluídos. O aumento se deve à recuperação da economia - muitos dos projetos de 2014 foram concebidos antes da crise de 2008 e há muitos destes ainda em construção. Alguns argumentam que em alguns lugares esse boom na construção de arranha-céus pode ser o produto da má distribuição da riqueza que causou a própria crise.
Seja qual for a razão, o mundo está prestes a receber vários novos arranha-céus em 2015. A Shanghai Tower em Xangai será a mais alta, com 632 metros, tornando-se o edifício mais alto da China e o segundo mais alto do mundo. Em fevereiro serão anunciados os vencedores do US Department of Agriculture’s Tall Wood Building Prize, que muitos esperam que inspire inovações, fazendo da madeira um material construtivo urbano. Cidades como Las Vegas e Moscou concluirão edifícios que estão em construção há anos, e muitas outros arranha-céus serão propostos e projetados.
Para saber mais sobre o relatório de arranha-céus, acesse a página do CTBUH.