Oliva significa oliveira em latim e é também o nome da instalação criada por Margarida Alves. A colheita da azeitona foi o conceito escolhido pela estudante de arquitetura que, em 2013, ganhou o concurso de Land Art, promovido pela Câmara Municipal de Vila Real, Portugal.
O concurso de Land Art tinha como temática a biodiversidade da região. Natural de Vila Real, a estudante escolheu a colheita da azeitona - prática tradicional da região - como base para a sua instalação. “A colheita da azeitona é a ideia base, mas a partir daí faço a minha própria interpretação. As pirâmides também têm a ver com a simbologia do triângulo. O triângulo [invertido] tem a forma de cálice e tem a ver com a fertilidade”, esclareceu a estudante ao jornal português P3.
São mais de 30 km de fio de algodão que darão forma a sete pirâmides invertidas. Ainda em entrevista ao jornal português P3, Margarida explicou como a obra seria construída: “As [bases das] pirâmides são apoiadas nas árvores. Existem umas cordas principais, mais grossas, que estão a cerca de três metros de altura e depois [dessas cordas] vêm pequenos fios que unem no centro [criando vértices no solo] e fazem as faces das pirâmides. São três árvores, unem todas no centro e as faces são todas constituídas por finos fios de algodão. Depois no chão vou enterrar alguns troncos no solo e prender com nós os fios pequeninos”. O revestimento dos lados da pirâmide assume a textura de rede, simbolizando a rede da apanha da azeitona.
A escolha do número sete está relacionada com as sete artes. “O próprio Land Art tem a ver com as sete artes. Tem a ver com o cinema porque introduz quatro dimensões, com a cultura porque é idílico e depois com o sol os fios fazem sombras e jogo de cores, tem a ver com a própria arquitetura, com a música por causa dos sons do vento, portanto tem a ver com todas as sete artes.”
A função da instalação não é, contudo, apenas contemplativa. Margarida reforça sua intenção de criar uma obra que seja, acima de tudo, interativa. Os visitantes podem passar entre as pirâmides, debaixo delas, “experimentar e não apenas olhar.
Margarida espera que o seu trabalho atente para o fato de que podemos buscar inspiração na natureza, tirando partido do que ela nos oferece, sem usar materiais invasivos. “Os recursos existem e é possível usá-los para a arte.”
A obra, que levou duas semanas para ser construída e envolveu o trabalho de cinco pessoas, foi instalada no dia 29 de novembro no Parque do Congo, em Vila Real, Portugal.
Referência P3