Aforístico e direto como de costume, Paulo Mendes da Rocha fala, em entrevista o jornal El País, sobre movimentos urbanos em São Paulo, habitação popular, Plano Diretor Estratégico e revitalização do centro. Publicada recentemente pelo jornal, nessa entrevista o vencedor do Prêmio Pritzker de 2006 deixa mais uma vez clara sua visão sobre a cidade em afirmações ácidas que atacam o conservadorismo da elite e evidenciam a importância de ir às ruas.
Sobre educação, o arquiteto comenta a antiga estratégia pública de deslocar os centros universitários do centro para regiões afastadas da cidade, ressaltando a necessidade que isso gerou dos estudantes se deslocarem de automóvel, deixando de frequentar as ruas. “O estudante que vai comer na cantina da escola é uma espécie de idiota diante do estudante que vai ao botequim da esquina e encontra o jornalista, o operário...”
Para Paulo Mendes, “no fundo o que está em jogo é a estupidez do automóvel”. De posição forte sobre o assunto, o arquiteto vê a necessidade do automóvel como uma forma de escravizar o homem, tomando-lhe todo o tempo livre que este teria para “sair, ir ao teatro” ou qualquer atividade outra além do trabalho.
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