De acordo com o jornal britânico BBC, a construção da Sagrada Família em Barcelona, obra de Antoni Gaudí que já dura 133 anos, está sendo acelerada pelo uso da tecnologia de impressão 3D. Na realidade, o processo construtivo já utiliza essa tecnologia há 14 anos, quando, em 2001, esta foi introduzida como um modo de agilizar a prototipagem dos complexos componentes do edifício.
O processo usa impressoras 3D estereolitográficas que constroem os protótipos camada por camada, resultando em um material semelhante ao gesso. Esse método permite que os construtores alterem manualmente os protótipos, atendendo às demandas específicas do edifício.
Peter Sealy, doutorando da Harvard University Graduate School of Design, explicou o processo mais detalhadamente ao ArchDaily Brasil:
Antoni Gaudí fez poucos desenhos da Sagrada Família, que, de todo modo, é tão complexa que chega a ser quase impossível de desenhar, ao menos com projeções arquitetônicas normais. O que ele deixou após sua morte em 1926 foi um sistema geométrico de superfícies ordenadas (fazendo da catedral um projeto "proto-paramético") e um método de trabalho que traduz essas geometrias em modelos de gesso. Muitos dos modelos de Gaudí foram destruídos durante a Guerra Civil Espanhola, mas os fragmentos que resistiram podem agora ser digitalizados com scanners 3D.
As intenções de projeto de Gaudí podem passar por uma engenharia reversa a partir desses modelos digitais, possibilitando o desenvolvimento e fabricação dos componentes de projeto.
Mais informações aqui, ou em Gaudi Unseen, um catálogo de uma exposição de 2007.
