Projetado por Affonso Eduardo Reidy, o Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes, mais conhecido como Pedregulho, está a cinco anos passando por um processo de restauração financiado pelo governo estadual do Rio de Janeiro. Com conclusão prevista para o fim deste mês, a recuperação da fachada e das janelas do emblemático edifício é uma das condições para que o conjunto seja tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.
Localizado na Zona Norte da capital fluminense, o Conjunto do Pedregulho foi concluído em 1947 e tinha por finalidade abrigar funcionários públicos em suas 328 unidades distribuídas em seis pavimentos que seguem uma planta serpenteante, solução adotada por Reidý para acompanhar o perfil natural do terreno.
Tectonicamente simples, a construção segue muitas das ideias da arquitetura moderna internacional, que tinha na economia de meios uma de suas principais diretrizes. Contudo, a forma sinuosa, que busca inspiração no vocabulário forma de Oscar Niemeyer, é o que rendeu ao conjunto de Reidy reconhecimento internacional, tendo recebido elogios de Max Bill e Le Corbusier em suas passagens pelo Brasil.
O projeto de restauração iniciado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, além de assegurar o nome do Pedregulho na lista de obras tombadas pelo IPHAN, acarretou na valorização dos imóveis das famílias que hoje habitam o edifício. Segundo Hamilton Marinho, presidente da Associação de Moradores, antes das intervenções um imóvel no primeiro pavimento podia ser comprado por aproximadamente R$ 8 mil, agora o mesmo apartamento vale quase nove vezes mais, atingindo a cifra de R$ 70 mil.
Até o final do mês o restauro das janelas e da fachada deve ser concluído e em seguida será o paisagismo, de autoria de Roberto Burle Marx, que passará por um processo de recuperação.
Referência: G1