Eliminar a sinalização de trânsito, os semáforos e os limites espaciais entre os diferentes meios de transporte para criar espaços compartilhados, essa é a aposta de algumas cidades para garantir que suas ruas sejam mais seguras para seus cidadãos.
Embora essa medida possa, à primeira vista, parecer drástica, a experiência de algumas cidades demonstra que as ruas não apenas ficam mais seguras para todos, como também se convertem em lugares que atraem mais pessoas.
Veja, a seguir, o caso de seis cidades que investiram na criação desses espaços compartilhados.
1. Auckland, Nova Zelândia
Na Elliot Street, uma das ruas do centro financeiro da cidade, foram removidos os elementos de concreto que separam as calçadas da rua, criando uma superfície plana contínua. Também foram apagadas as faixas duplas amarelas que delimitavam as pistas por onde circulam os automóveis.
As medidas foram implementadas em 2011 e, desde então, a velocidade dos veículos foi reduzida (sobretudo durante o dia), o número de acidentes não aumentou e a quantidade de carros em circulação diminuiu.
2. Bohmte, Alemanha
Em 2007 as autoridades dessa pequena cidade optaram por eliminar a sinalização de trânsito em todas as ruas, pintando-as com um tom avermelhado que não distingue os espaços para cada modal de transporte. Além disso, foram removidos os estacionamentos das ruas.
Uma vez realizada a intervenção, o prefeito da cidade contou à Reuters que "o trânsito não dominaria mais", e o Chefe da Polícia Municipal afirmou que as pessoas passaram a se comunicar mais umas com as outras nas ruas.
3. Drachten, Países Baixos
Hans Monderman foi um engenheiro de tráfego holandês considerado um dos criadores dos espaços compartilhados, uma proposta que foi aceita e promovida pela União Europeia.
Uma das primeiras cidades em que ele implementou a ideia foi Drachten, onde, semelhante aos outros lugares, foram eliminadas as sinalizações de trânsito, resultando na diminuição dos acidentes, no aumento da velocidade do transporte público e no descongestionamento do centro.
4. Londres, Reino Unido
Na rua Kensington High, uma importante avenida comercial da capital britânica, as pistas foram estreitadas, novos cruzamentos foram criados e apenas um semáforo foi mantido.
Embora as mudanças não tenham sido tão drásticas como em Poynton ou na Praça Elwick em Ashford, seus efeitos foram bastante positivos, segundo informa uma pesquisa desenvolvida em 2006 pelo Transport for London (TfL), Departamento de Transportes da cidade.
O estudo aponta que os acidentes de trânsito passaram de 66 a 34 ao ano, enquanto que o fluxo de pedestres aumentou 7% e o de bicicletas 30%.
5. Norrköping, Suécia
Norrköping é uma cidade de tradição universitária localizada próximo de Estocolmo que, em 2004, transformou um cruzamento conflituoso no centro em um espaço compartilhado.
Cerca de 13 mil veículos passam por esse lugar diariamente, porém, o congestionamento diminuiu, o número de pedestres aumentou e a atividade comercial se consolidou no local.
6. Seattle, Estados Unidos
Seguindo a linha das intervenções anteriores, em abril do ano passado Seattle inaugurou o Bell Street Park.
Uma área de 56 mil metros quadrados compreendida por quatro quadras por onde era difícil a circulação de pedestres foi transformada em um espaço sem desníveis e sinalização. Em vez disso foram instalados mais mobiliários urbanos para tornar a experiência dos cidadãos mais agradável e confortável.
Via Plataforma Urbana.