A proposta de utilizar o plástico como matéria-prima em peças de mobiliário não é novidade desde o final da década de 1940, o material tem destaque. Confira.
Os primeiros móveis de design de plástico fabricados em série foram desenvolvidos em 1948 por Charles e Ray Eames para o Low-Cost Furniture Design Competion (Concurso de Design de Móveis de Baixo Custo), no Museu de Arte Moderna de Nova York.
Nesta ocasião, o casal apresentou cadeiras com o objetivo de atender às novas necessidades dos proprietários de casas modernas.
Assim, nasceram a RAR (Rocker Armchair Rod), LAR (Lounge Armchair Rod), e DAR (Dining Armchair Rod), com assentos de plásticos reforçados com fibra vidro, e três opções de base: pernas de haste de metal cônica; duas peças de madeira curvas; ou balancins.
Os dois componentes: base e assento eram conectados através de um amortecedor soldado, desenvolvido pela Chrysler, muito tecnológico para a época.
As primeiras cadeiras comercializadas estavam disponíveis nas cores cinza, cinza-esverdeado e bege. Com o tempo, diversas outras cores surgiram.
Hoje em dia são produzidas pela Herman Miller como uma reprodução exata do desenho original, mas incorporando um propileno 100% reciclável.
Confira aqui o processo de fabricação dela em 12 passos.
Em 1955, o arquiteto finlandês-americanos Eero Saarinen, criou a coleção de mesas e cadeiras “Tulipa” inteiramente em plástico. Com traçado completamente orgânico, as peças que parecem “brotar do chão, como se fosse uma flor”, derivaram de um processo altamente industrial com moldagens e tecnologias mais avançadas da década.
As opções sem braço, com encosto mais estreito, são ainda hoje muito utilizadas em salas de jantar.
Ficou famosa porque foi usada nos cenários da série de ficção científica Jornada nas estrelas na década de 1960.
No final da década de 1960, surge a cadeira Panton, com perfil aerodinâmico que lembra o esboço de uma pessoa sentada. Ela foi a primeira cadeira em cantiléver a ser feita a partir de um único pedaço de plástico.
Inicialmente eram feiras com uma resina de poliéster reforçada por fibras de vidro, mas desde 1980 ela vem sido feita com uma espuma rígida de poliuretano.
A cadeira Louis Ghost foi criada no início dos anos 2000. Ela é hoje, de acordo com a Kartell, a cadeira de design mais vendida do mundo. Muito desse sucesso deve-se ao material com o qual é produzida: o plástico transparente que, faz um importante diálogo do contemporâneo à esta releitura da clássica poltrona barroca de Luís XV.
Além da sustentabilidade e das infinitas possibilidades de design que o plástico oferece, estão outras vantagens, como:
- Diversidade de cores, inclusive de opções com transparência;
- Maleabilidade que asseguram as melhores formas de ergonomia;
- Ótima resistência térmica, podendo ser utilizado em áreas externas;
- Mobiliários leves e ao mesmo tempo em que suportam altos pesos;
- Fácil limpeza e conservação dos objetos;
- Facilidade de mobilidade e transporte;
- Praticidade, pois muitos deles podem ser empilháveis;
- Padronização e produção em série;
- Confiabilidade, durabilidade e segurança.
No Brasil, o material mais utilizado na produção de mobiliário ainda é a madeira, no entanto, há alguns designers como o carioca Guto Índio da Costa que começam a se destacar no assunto.
A cadeira ICZERO1 desenhada por Guto Índio da Costa é um peça monobloco, feita de polipropileno de alta resistência reforçado com fibra de vidro e proteção ultravioleta, que assegura sua integridade quando usada também em áreas externas São produzidas a partir de um molde único de termo injeção. Suas curvas quase minimalistas, atemporais acordam com diversos ambientes, residenciais e comerciais.
Um exemplo de como essa a matéria-prima está ganhando cada vez mais espaço e é o Desafio de Design Odebrecht Braskem, programa que convida estudantes universitários a pensar em novas soluções para mobiliários utilizando o plástico. Em sua terceira edição, seis universidades foram selecionadas para propor novos conceitos e aplicações ao mobiliário urbano.
Parceiras no projeto, a Tramontina e a Freso serão as responsáveis por executar os projetos vencedores. As duas empresas já são conhecidas pela utilização do plástico, com a mesma premissa de usar um material que seja versátil, resistente, durável e que contribua para produtos mais sustentáveis.
“Durante o Desafio, chegamos a uma série de conclusões sobre o plástico: entendemos mais a fundo como funciona o ciclo de vida de um produto, desde a extração da matéria prima, passando pelo transporte do material, processo produtivo, uso e até a pensar no seu destino final, seja ele reciclagem ou reuso, por exemplo. Entendemos também que o plástico se torna um dos materiais mais sustentáveis a partir de uma análise sistêmica, onde conseguimos aliar aquilo que aprendemos na faculdade a um projeto para o mercado, buscando mostrar as vantagens do uso deste material, pela sua capacidade de reciclagem, qualidade de acabamento, durabilidade, etc”, comenta César Roberti, um dos vencedores do 1º Desafio de Design Odebrecht Braskem, que hoje acompanha e orienta os alunos no processo das demais edições do projeto.
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Para entender melhor o Desafio de Design Odebrecht Braskem conheça as duas primeiras edições do programa clicando aqui e aqui.
Você poderá acompanhar todas as novidades do projeto aqui no ArchDaily Brasil e também no site do Desafio de Design.