JolasPlaza: a brincadeira como ferramenta de desenho urbano

Envolver as crianças e jovens no planejamento urbano é uma prática definida como necessária pela legislação alemã, de acordo com Päivi Kataikko, responsável pelos assuntos regionais e internacionais do coletivo Jugend Architektur Stadt (JAS), dedicado a promover a participação cidadã.

Ainda que a descrição dessa tarefa e o que ela implica possam parecer mais complexos do que realmente são, tudo se torna bastante simples para as crianças quando a abordagem é realizada através da brincadeira. Foi essa a estratégia empregada pelo coletivo JAS em várias cidades alemãs e pela plataforma Arkitente no projeto JolasPlaza, na cidade de Portugalete, País Vasco.

Do que se trata e como foi realizado o projeto JolasPlaza?

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O processo de projeto

A Prefeitura de Portugalete e o coletivo Arkitente delegaram a um grupo de 23 crianças entre 8 e 11 anos a tarefa de desenhar uma área de lazer e brincadeira na Plaza Maestro Mateo Hernández, localizada no bairro de Repélega,

© Arkitente, via Flickr

O espaço de intervenção, de 700 m², recebeu as ideias das crianças, que organizaram o lugar de acordo com suas vontades e necessidades.

Essas propostas foram elaboradas através da brincadeira, uma prática considerada pelo Arkitente um "instrumento para ativar o espaço público, uma ferramenta participativa e transformadora para a interação e a recuperação do uso da rua e seu desfrute coletivo."

Em uma primeira etapa, as crianças puderam conhecer mais detalhes do projeto através de uma apresentação feita pelo arquiteto responsável, José Ramón Angiano. As crianças também deram suas opiniões sobre as praças ao redor da qual iriam remodelar e, em geral, concordaram que elas eram pensadas para as crianças mais novas.

© Arkitente, via Flickr

Em seguida, em assembleias coletivas, apresentaram as ideias do que realmente queriam para a praça: muitas disseram querer jogar basquete, futebol e twistter, apontaram a preferência por um piso macio, comentaram que gostariam de poder brincar em camas elásticas e também escolheram a cor azul para essa área de lazer, devido à proximidade com o mar.

O espaço de intervenção

Para que as crianças pudessem ter uma ideia mais clara do lugar que estavam projetando, elas foram levadas à obra, onde o arquiteto lhes explicou o processo de escavação e a construção dos percursos e do espaço de lazer.

© Arkitente, via Flickr

Após essa visita as crianças voltaram ao lápis e ao papel, porém, desta vez com as ideias mais claras, escolheram quatro propostas que seriam implementadas na praça.

Optaram por dedicar uma área central aos jogos com bola, para não incomodar os demais usuários; distribuir as atividades para as crianças menores nas áreas mais próximas dos adultos; e estabelecer um espaço intermediário para as camas elásticas, escorregadores e brincadeiras para crianças com mobilidade reduzida.

O vídeo a seguir mostra mais detalhes do desenvolvimento do projeto.

Imagens via Arkitente no Flickr.

Via Plataforma Urbana.

Sobre este autor
Cita: Gaete, Constanza Martínez. "JolasPlaza: a brincadeira como ferramenta de desenho urbano" [JolasPlaza: la experiencia del juego como herramienta de planificación urbana para niños] 20 Jun 2015. ArchDaily Brasil. (Trad. Baratto, Romullo) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/768697/jolasplaza-a-brincadeira-como-ferramenta-de-desenho-urbano> ISSN 0719-8906

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