A designer e arquiteta Neri Oxman, do Mediated Matter group, divulgou recentemente a Mushtari: uma roupa produzida a partir de impressão 3D que pode converter a luz do sol em produtos de vestuário. Parte da coleção Wanderer, Mushtari foi concebida como uma relação entre as formas de vida mais primitiva e mais sofisticada. A vestimenta contem 58 metros de canais de fluídos internos e funciona como uma fábrica microbiana que converte a luz do sol em itens de vestuário.
Através de uma relação simbiótica entre um microrganismo fotossintético (e.g. microalgas ou cianobactérias) e micróbios compatíveis, Mushtari mimetiza o fenômeno que se dá na natureza. O usuário aciona o microrganismo fotossintético a produzir sacarose a partir da luz do sol, que é então convertida pelos micróbios compatíveis nos produtos desejados, como, por exemplo, pigmentos, drogas, alimento, combustível ou aromas.
Usando algoritmos de crescimento generativo, Mushtari foi desenvolvida com uma geometria inicial e parâmetros de interação. Com informações guiando a geometria local, variações nas propriedades dos materiais e atração e repulsão entre os vértices da malha, a forma final foi um único canal de 58 metros de comprimento com diâmetros que variam entre 1mm e 2,5 cm. A transparência foi mapeada para criar pontos de acesso para os microrganismos fotossintéticos receberem luz.
A impressão 3D de Mushtari foi possível com a colaboração do Mediated Matter Group e Stratasys, criadores da Object Connex3, uma impressora 3D que funciona com diversos materiais e cores. Para criar os canais ocos da roupa foi necessário usar um líquido que poderia ocupar os espaços internos dos tubos durante a impressão.
Mushtari foi desenvolvida por Neri Oxman em parceria com Will Patrick (líder de pesquisa), Steven Keating e Sunanda Sharma do Mediated Matter Group, Prof. Pamela Silver e Stephanie Hays da Harvard Medical School; Dr. James Weaver do Harvard Wyss Institute for Biologically Inspired Engineering; e Christoph Bader e Dominik Kolb.