Em seu mais recente projeto, Federico Babina se uniu ao arquiteto Federico Ortiz Sanchez para conceber, ilustrar e esculpir 12 "micro-arquiteturas simbólicas e simbióticas", cada uma representando um componente diferente de uma casa e juntas formando o "DNA da Casa".
O projeto foi inspirado no tema Fundamentals da Bienal de Veneza 2014, "mas em vez de dissecar um catálogo de componentes, compusemos uma coleção de imagens", escreveu Babina. "Queríamos destacar a personalidade específica de cada um dos artefatos que propusemos, cada um deles usa seu próprio conjunto de símbolos para abordar suas diferentes questões neste compêndio de espaços da intimidade".
Saiba mais sobre a série de ilustrações, a seguir
De Federico Babina: MICROARCHITECTURES
Compreendendo e compartilhando as questões transmitidas pelo tema Fundamentals do ano passado, decidimos propor um exercício para ajudara repensar a arquitetura a partir de suas próprias fundações, mas em vez de dissecar um catálogo de componentes, compusemos uma coleção de imagens.
O exercício que desenvolvemos foca no lugar que consideramos o começo de qualquer interpretação arquitetônica do espaço, a casa, o universo da vida cotidiana no qual podemos nos reconhecer. Em seu ensaio "A Poética do Espaço" (1957), o filósofo francês, Gaston Bachelard, apresenta a casa como um microcosmo, uma compilação de imagens e memórias de todas as casas em que vivemos e que experienciamos e retrata a casa não como um objeto físico, mas como um espaço habitado. É assim que decidimos criar um catálogo de doze imagens que juntas compõem o chamado DNA da Casa, um compêndio que nos faz lembrar das palavras de Bachelard: "parece que a imagem da casa se torna a topografia do nosso ser íntimo". A ideia do projeto é criar uma interpretação abstrata da casa através da exploração da essência destes espaços.
Doze arquétipos imaginados, ilustrados e esculpidos para construir uma visão do universo do habitar. Doze micro-arquiteturas simbólicas e simbióticas que, unidas, compõem diferentes versões da casa.
Buscamos destacar o potencial de cada elemento em sua individualidade, mais que a gramática que os une. Ao estudar cada imagem poética, cada artefato de modo descontextualizado e independente, fomos levados a uma interessante ambiguidade em relação à escala destes objetos, aspecto importante para que eles remetam ao imaginário da casa.
A capacidade poética de cada elemento é associada a uma série de símbolos que não precisam ser relacionados com qualquer espécie de utilidade funcional, o que nos permitiu inserir um jogo semiótico que lida com a relação entre símbolo e referencial, produzindo artefatos que parecem ser algo que na realidade não são.
Cada cômodo é uma concha, uma pequena nave espacial que nos leva por uma viagem pelos sentidos, fantasia e imaginação do cosmo das formas. Doze pequenos mundos para explorar, viver, respirar e tocar enquanto nos sentimos abrigados.
