Encerra no dia 10 de outubro a campanha de financiamento coletivo para a produção do documentário "Arquitetura como Prática Política", que terá como fio condutor a trajetória de 25 anos de atuação da USINA junto aos movimentos populares em seus processos de luta.
A campanha já conta com mais de 300 apoios e se aproxima da quantia necessária para concluir a produção do filme, que deve ser lançado no primeiro semestre de 2016. Os interessados em contribuir tem ainda 9 dias para fazer doações pelo site www.catarse.me/usina25 .
Sobre a USINA
Fundada em 1990 por profissionais de diversos campos de atuação como uma assessoria técnica a movimentos sociais, a USINA - CENTRO DE TRABALHOS PARA O AMBIENTE HABITADO tem atuado no sentido de articular processos que envolvam a capacidade de planejar, projetar e construir pelos próprios trabalhadores, mobilizando fundos públicos em um contexto de luta pelas reformas urbana e agrária.
A equipe da USINA tem a intenção de superar a produção autoral e estritamente comercial da Arquitetura e do Urbanismo e busca, para tanto, integrar e engendrar processos alternativos à lógica do capital através de experiências sociais, espaciais, técnicas e estéticas contra-hegemônicas.
Em 2015, a USINA completou 25 anos de atuação. Visando preservar e ativar a memória dos principais processos desenvolvidos pela USINA nesse período, a atual equipe da assessoria deu início ao Projeto USINA 25 – Arquitetura como prática política.
Nesse contexto, a jornalista Sabrina Duran – responsável pelo projeto de investigação jornalística Arquitetura da Gentrificação – e a diretora de arte Gabriela Nunes foram convidadas a iniciar um processo de pesquisa visando a criação de um documentário baseado no material de arquivo da assessoria e em entrevistas com técnicos, lideranças de movimentos sociais e mutirantes envolvidos nos principais processos desenvolvidos pela USINA.
Tendo como fio condutor a trajetória da USINA, este documentário visa situar a relevância histórica e as contribuições originais de arquitetos/as, cientistas sociais e profissionais de outros campos de atuação que se colocaram a serviço da efetivação do direito à moradia e do direito à cidade através de processos desenvolvidos junto a movimentos sociais – quer seja nos projetos desenvolvidos em conjunto com os futuros moradores, na inovação tecnológica e produtiva, nos processos de educação popular ou na organização do trabalho no canteiro de obras.
Por meio de exemplos concretos, pretende-se: 1) demonstrar que há espaço para o desenvolvimento de propostas com alta qualidade técnica e arquitetônica no âmbito da habitação de interesse social; 2) contar parte da história da luta por moradia e pela reforma urbana no Brasil e 3) abordar criticamente o papel das políticas públicas relacionadas à provisão habitacional no país.
Para tanto, a equipe envolvida na produção do documentário planeja abordar algumas das experiências mais significativas desenvolvidas pelos profissionais que passaram pela USINA, a exemplo do COPROMO, do Mutirão União da Juta e do Mutirão Paulo Freire – construídos em São Paulo (SP) –, do projeto da Cidade da Reforma Agrária – feito a convite do MST para o Assentamento Ireno Alves dos Santos, em Rio Bonito do Iguaçu (PR) – e do projeto de Reassentamento da Comunidade do Piquiá de Baixo – em Açailândia (MA). Serão realizadas mais de 60 entrevistas em pelo menos 8 cidades brasileiras.
Alguns movimentos sociais, organizações e instituições que apoiam a realização deste projeto: