Um júri liderado por David Chipperfield, Kengo Kuma e pelo presidente da Pôle Muséal Support Foundation, Olivier Steimer, anunciou o escritório português Aires Mateus & Associados como vencedor de um concurso internacional para projetar o novo Pôle Muséal de Lausanne. Os arquitetos premiados, selecionados entre mais de 20 escritórios, foram elogiados pelo júri por sua proposta ser "coerente, simples e brilhante".
A proposta, intitulada "Um Museu, dois museus", é compreendida como uma única casca externa composta por duas partes: o Musée de l’Elysée (Museu da Fotografia) e o MUDAC (Museu de Design e Arte Contemporânea). Ambos os museus são conectados por uma entrada compartilhada que "forma uma extensão natural para a esplanada pública". Até 2020 o projeto estará concluído, transformando um antigo terreno à beira de uma estrada ferroviária na primeira etapa do distrito artístico da cidade.
"A área de recepção para visitantes será diretamente acessível a partir da praça pública", disseram a diretora do Musée de l'Elysée, Tatyana Franck, e a diretora do MUDAC , Chantal Prod'Hom.
"O paisagismo do terreno e da cobertura darão ao lugar uma conotação única e aconchegante", acrescentou a dupla. "Uma escadaria que leva ao MUDAC e outra que leva ao Musée de l’Elysée sinalizarão claramente a escolha oferecida aos visitantes. As duas áreas de exposição dobrarão o espaço atualmente disponível para cada museu em seu local histórico."
Dos arquitetos:
Um Museu, dois museus, um espaço.
Dois volumes maciços confinam um espaço.
Um espaço vazio que se dilata e se comprime.
Um espaço em permanente contacto com o exterior.
Um espaço de entrada, de passagem, de pausa,
Uma praça coberta que dá acesso aos dois museus.
Duas massas de betão. Numa ondulação geométrica, aproximam-se, tocam-se, abrem-se. Pelo céu ou através do pavimento, encontram a sua luz, sutil, controlada. Entre elas, o espaço flutua. O Museu L'Elysée desenha o pavimento, o museu MUDAC, a cobertura.
Dois museus e um espaço compõem um volume prismático, destacado por um vazio periférico dos restantes serviços. Estes, absorvidos pelo limite do terreno, libertam em torno do Museu o espaço necessário para encontrar a sua luz natural e para destacar a unidade do prisma a que dão vida.
Um Museu, dois museus, é um ponto de partida. A ideia de que cada entidade é caracterizada por uma luz, um espaço. A ideia de que o valor arquitetônico do invólucro mais não é que o valor de preservar o seu conteúdo.