Nas ultimas décadas, a China tem passado pelo mais dramático processo de êxodo rural da história do planeta, então, pode-se pensar que tudo o é preciso para os planejadores urbanos é "construir, que as pessoas virão". No entanto, como a mídia ocidental frequentemente registra, a explosão urbana chinesa não tem acontecido sem algumas consequências imprevistas, e muitas novas cidades acabaram se tornando o que se convencionou chamar de "cidades fantasma", sem habitantes e com cada vez mais blocos residenciais sendo construídos. Tais estórias são comumente acompanhadas de relatos de espaços públicos esvaziados e uma vastidão de casas apagadas à noite, mas poucos dados concretos. Então, precisamente quão subpovoada uma cidade precisa ser para ser considerada uma "cidade fantasma", e quão abundantes são estas na China.
Segundo o MIT Technology Review, uma companhia chinesa de internet começou a buscar respostas para tais questões. Baidu, uma espécie de versão chinesa da Google, usou seu "Big Data Lab" para investigar os padrões de deslocamentos pendulares de seus 700 milhões de usuários, precisando exatamente quais cidades estão dramaticamente subpovoadas.
Liderado por Guanghua Chi, o Big Data Lab trabalhou sobre uma definição de áreas urbanas estabelecida pelo Ministério Chinês dee Habitação e Desenvolvimento Urbano-Rural, que diz que cidades devem ser capazes de suportar 10 mil habitantes por quilômetro quadrado. Segundo Guanghua, qualquer cidade com uma população permanente de metade desta densidade pode ser considerada uma cidade fantasma. A equipe da Baidu também pôde levar em consideração as influências sazonais, excluindo as cidades que possam parecer vazias a maior parte do ano, mas que são, na realidade, apenas grandes chamarizes para turistas.
Como resultado de seu estudo, a Baidu identificou mais de 50 cidades em toda a China que apresentam uma significante ausência de moradores permanentes e espera, com isso, contribuir com a tomada de melhores decisões urbanas das autoridades estatais e empresas. Para saber mais sobre o estudo, leia o MIT Technology Review ou acesse o mapa interativo da Baidu.
Imagem das habitações em Chenggong via Shutterstock.com