Iñaqui Carnicero e Carlos Quintáns foram escolhidos para dirigir o pavilhão espanhol na Bienal de Arquitetura de Veneza 2016, dirigida pelo arquiteto chileno Alejandro Aravena e que tem como tema: "Reporting from the Front".
Iñaqui Carnicero é professor de projeto na Universidade de Cornell nos Estados Unidos, atividade que desempenha juntamente com seu trabalho profissional como arquiteto, que já lhe rendeu importantes prêmios como o Design Vanguard Award, o AIANY Housing Award, o Emerging Architects Award, o FAD e o COAM Award.
Carlos Quintáns é professo do departamento de Construções Arquitetônicas da Escola de A Coruña e diretor da revista Tectónica, além de trabalhar como arquiteto e ter sido reconhecido com o COAG, o FAD e o prêmio da Bienal de Arquitectura Española.
A escolha compete a uma espécie de patronato que rege o pavilhão da Espanha, do qual fazem parte o Ministério de Fomento, o ICEX, a Acción Exterior, o Conselho Superior de Colégios de Arquitetos e a fundação do banco Arquia, entre outras entidades públicas e privadas.
O pavilhão da Espanha está entre os mais importantes da feira - é um dos poucos de caráter permanente e em regime de propriedade - e ocupa uma posição privilegiada no espaço da Bienal, situando-se na zona de entrada do evento.
Esta escolha, dizem os arquitetos, supõe um grande desafio e sua intenção é criar uma proposta atrativa para representar um país com enorme peso no panorama internacional da arquitetura. Para esta tarefa, Carnicero e Quintáns já elaboraram uma lista com 500 nomes de arquitetos cujo trabalho mereceria ser exposto no pavilhão.
A ideia dos diretores é expor este magnífico patrimônio, valorizar o trabalho destes profissionais, que, na realidade, já ocupam cargos em dezenas de universidade e escolas de arquitetura em todo o mundo.
A dupla já se reuniu com Aravena, que colocou o tema que marcará a feira: Elemental. Trata-se de um conceito que "define em boa medida sua trajetória e o trabalho ao qual sempre se dedicou."
A ideia de "Elemental" define a necessidade da habitação "como um direito fundamental d todo ser humano", e propõe um debate em torno do essencial, pensando em um futuro ético.
Há pavilhões que exibem uma única obra, outros um único arquiteto, projetos construídos ou não, um grupo de arquitetos ou uma tendência. "Nossa ideia é incluir no projeto expositivo o maior número possível de participantes para mostrar a grande variedade que podemos encontrar na arquitetura realizada na Espanha."
Ainda que Carnicero e Quintáns não tenham concluído o projeto, a dupla tem claro que no pavilhão espanhol em Veneza "não se falará de arquitetura espetáculo nem de obra pública mastodôntica". "Buscamos temas necessários e decisivos."
"Gostaríamos que o pavilhão da Espanha destacasse exemplos que, a partir da consideração do existente, sejam capazes de gerar algo novo através de intervenções de pequena escala."