A edição número 0 da Revista Centro entrou no ar no dia 14 de dezembro de 2015 (http://revistacentro.org/). Editada por Gabriel Kogan (arquiteto e jornalista), Guilherme Giufrida (antropólogo) e Rodrigo Villela (editor), a publicação online gratuita propõe uma intersecção de áreas do conhecimento como arquitetura, arte, literatura e ciências sociais.
O tema dessa edição inaugural da Revista Centro, “sobre começos & fins”, reúne pensamentos sobre destruição e reconstrução de conceitos estruturantes do espaço. A partir do debate sobre o estado de crise atual, a publicação propõe discutir o fim do mundo, o fim da natureza, o fim da arquitetura, o fim da cidade, o fim do indivíduo. O fim dos próprios conceitos fundamentais da modernidade. Os editores partiram da constatação de que analogias sobre os fins permeiam hoje assuntos aparentemente desconexos como arquitetura, antropologia, filosofia, música, arte, literatura, psicanálise, economia e história.
Entre artigos escritos por nomes referenciais do pensamento contemporâneo como Slavoj Zizek (sobre o fim da natureza) e Bruno Latour (a introdução ainda inédita em português do novo livro do antropólogo); há também textos de jovens pesquisadores como Raphael Grazziano (que faz doutorado sobre fundamentos da sustentabilidade na arquitetura contemporânea), Anna Katz (crítica de arquitetura nova-iorquina com texto sobre pontos de ônibus soviéticos) e Priscyla Gomes (arquiteta e curadora que escreve na revista sobre a questão do trauma representada no cinema).
Três entrevistas estão pelas páginas: com o arquiteto português Manuel Aires Mateus (sobre a relação da arquitetura portuguesa e a brasileira), com o arquiteto suíço Luigi Snozzi (sobre eternidade) e o geógrafo britânico David Harvey (sobre a crise no capitalismo). A fotografia também tem destaque na revista por meio de ensaios como de Ciro Miguel (feito com câmeras analógicas e mostrando situações entrópicas das cidades), Pedro Kok (fotos de balneários decadentes na costa italiana) e Pedro Vannucchi (com um breve conjunto de poéticas fotos de um edifício em reformas).
Os editores pretendem lançar nos próximos meses uma adição ao número 0, chamada de +0, com eventuais novos artigos que dialoguem com os já publicados, estabelecendo novas pontes com outros colaboradores interessados.
Por enquanto, começam pelo fim.