A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, anunciou na última quarta-feira a aprovação de uma medida que prevê a abertura da Champs Elysées, um dos principais bulevares parisienses, um domingo de cada mês. A estratégia faz parte de uma série de medidas que a cidade vem tomando para se tornar mais receptiva para aqueles que se deslocam à pé ou em veículos não motorizados.
Paris vem se destacando globalmente como uma das capitais que mais investem em estratégias do tipo, tendo aprovado medidas que prevêem a diminuição da frota de automóveis em circulação e a proibição de veículos à diesel até o ano de 2020. Ano passado a capital francesa apresentou um nível de partículas finas (PM10) por metro cúbico de ar acima do limite aceitável – que é de 50 microgramas –, fato que deu ainda mais impulso às iniciativas voltadas para a peatonização e à criação de áreas verdes,
O anúncio de Hidalgo, todavia, não apresenta nenhuma novidade aos parisienses, que não estranharão a ausência de automóveis em sua mais celebrada avenida, já que no dia 27 de setembro do ano passado, a cidade interditou a circulação de veículos motorizados em cinco grandes zonas - que envolviam 13 de seus 20 arrondissements - como forma de comemorar o Dia Mundial sem Carro.
Atraindo muita atenção da mídia, a nova aprovação vem sendo anunciada em importantes jornais nacionais como "o fechamento da Champs Elysées para carros" ou "a Champs Elysées será fechada para automóveis", porém, estes títulos - pessimistas, para dizer o mínimo - trazem consigo o estigma de que a rua é exclusivamente para o automóvel. A rua é o lugar onde a cidade se faz, é o espaço da troca por excelência, então, ao menos uma vez por mês, que se admita: a Champs Elysées será aberta!
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