A pergunta “Como as cidades têm tratado o tema das transposições?” foi lançada no 2º Prêmio {CURA} Transposições, dando continuidade à proposta de realização de concursos de ideias com temas que se alinham às discussões atuais da cidade, buscando aprofundar-se nos temas do desenho urbano. Este artigo complementa o edital, de modo a oferecer alguma orientação para a apresentação para as equipes, uma breve aproximação do que é tratado no {CURA} Curso de Representação Arquitetônica.
Para consultar o edital e fazer a inscrição acesse: www.premiocura.com.br.
1. Composição das pranchas
O exercício do concurso de arquitetura tem suas particularidades. As estratégias de desenvolvimento, assim como as da sua representação, são muito próprias da modalidade. Uma boa apresentação em arquitetura é aquela que informa o necessário para a boa compreensão em uma determinada etapa de trabalho. No caso do concurso, é necessária uma capacidade de síntese por conta das limitações do espaço para apresentação e a avaliação rápida e direta das comissões julgadoras. Diferente da prancha do projeto executivo, composta por elementos gráficos que possibilitam a construção, o painel do concurso discute o conceito e o partido da proposta, como ilustra a prancha produzida por Karen Evangelisti. O controle da paleta cromática dá força ao projeto gráfico. A organização dos elementos facilita a compreensão da proposta, equilibrando a expressão artística da perspectiva e a expressão técnica dos desenhos de planta, corte e axonométricas.
Mas por que não explorar a aproximação com outras artes? A prancha produzida por Alessandra Figueiredo, ex-aluna do {CURA}, em parceria com a Flávia Bucartovsky, explorou a combinação de aquarela e desenho simples, apenas com linhas geradas pelo SketchUp, sem qualquer renderização. O painel ilustra a proposta "Experiência e Prática às Margens do Tietê", premiado no Concurso Internacional [Des]Bordes Urbanos na categoria "Instâncias Projetuais"]. A paleta cromática muito bem controlada explora os tons azuis, amarelos e cinzas.
A mescla e sobreposição de elementos gráficos, pode ser muito elegante se não houverem exageros. A diagramação modular geralmente é mais racional, exigindo atenção aos alinhamentos com o gride para ser eficiente. Nas pranchas abaixo, respectivamente 1º e 2º Lugar no 1º Prêmio {CURA} Bicicletário, as cores foram bem controladas, aparecendo apenas onde se quer destacar.
2. Expressão Gráfica
No começo do ano, o ArchDaily Brasil postou “Os melhores desenhos arquitetônicos de 2015”. Notamos uma gama de linguagens muito ricas, sem o comprometimento com o fotorrealismo, mas sim, peças gráficas comprometidas com o discurso da arquitetura, denotando que a linha simples e a cor sólida podem ser muito mais eficientes em determinados assuntos, como nos diagramas e nas axonométricas.
O concurso em si já abre uma maior possibilidade para o participante arriscar em sua proposta. Nessa fase de projeto, não existe um cliente direto pedindo para trocar o piso de cimento queimado por porcelanato brilhante. O partido permite mais risco. Então, a experimentação gráfica pode ser muito bem-vinda, mas na dúvida vale o lema “less is more”. A boa representação não está diretamente relacionada a um rendering fotorrealista, mas sim ao suporte adequado dado ao discurso do projeto. O Photoshop entra como principal ferramenta para a valorização das perspectivas, sendo essa fotorrealista ou uma colagem digital que pode ser muito expressiva e eficiente para apresentação de uma proposta, como nas imagens produzidas por Lieve Vermeiren Architect e por Ban Ron Sai.
3. Leitura do território e Contexto Urbano
De fato, não existe boa arquitetura sem a leitura adequada do seu contexto, as pré-existências do território e, no caso do 2º Prêmio {CURA} Transposições, sem a boa leitura da cidade. O projeto deve ser representado com seu entorno adequadamente representado, sendo sempre interessante revelando a dinâmica da cidade, podendo ser uma foto inserção mais sofisticada [09] ou uma colagem com uma linguagem mais experimental. O Urbi apresenta uma série de projetos urbanos, sempre apresentando a situação anterior à intervenção e sua consolidação a partir do Google Street View, alias, ferramenta muito importante para auxiliar no desenvolvimento do desenho urbano.
A imagem foi produzida pelo Estúdio Módulo para o Concurso Fechado Área 40 em São Miguel Paulista, em parceria com Figueroa.arq e Boldarini Arquitetura e Urbanismo.
4. Tenha à mão uma boa biblioteca
Para atender uma boa apresentação, é importante termos uma boa biblioteca de materiais, escalas humanas e árvores. Abaixo, lista de sites:
Escalas humanas diversificadas
http://www.archdaily.com/777432/6-websites-for-ethnically-diverse-render-people
Materiais
- http://www.immediateentourage.com/
- http://www.gobotree.com/
- http://xoio-air.de/
- http://www.cgtextures.com/
- http://texturer.com/
- http://www.swtexture.com/
- https://flyingarchitecture.com/materials
- http://www.rendertextures.com/
- http://www.tonytextures.com/free-photo-texture-gallery/
Referências gráficas