Lisboa ampliará em 90 km sua rede cicloviária até 2017

A capital portuguesa lançou mais uma iniciativa em favor dos que defendem uma muito necessária mudança do paradigma da mobilidade em Lisboa, assunto que tem ocupado o topo da agenda da mídia e da política na cidade. A Câmara Municipal de Lisboa (CML) prepara-se para anunciar, em breve, o avanço para a criação de uma rede cicloviária com cerca de 90 quilômetros de extensão, a qual deverá ser concretizada ao longo de 2016 e 2017. A intervenção não implica, porém, a construção das tradicionais ciclovias.

A nova rede de trajetos preparados para acolher os ciclistas urbanos deverá corresponder à adoção de uma estratégia substancialmente diferente daquela seguida, desde 2009, pela prefeitura. Depois da criação de uma rede de vias inteiramente dedicadas à circulação das bicicletas, num elevado investimento em obras no espaço público que levou ao surgimento de um sistema de ciclovias interligadas entre si – com uma extensão de aproximadamente 60 quilômetros -, a solução passará agora pela partilha com o tráfego automóvel do espaço existente. O que inclusive oferece uma resposta a muitas das exigências de uma parte significativa da comunidade de ciclistas lisboetas, que tem criticado diversos erros de concepção das ciclovias – os quais comprometerão a segurança dos seus utentes .

Grande parte das vias serão agora criadas através da simples sinalização horizontalna pavimentação, em paralelo com a correspondente sinalização vertical. Uma opção de implementação muito mais fácil e rápida e, sobretudo, menos onerosa para os cofres do município. Para a pôr em prática, a CML irá mesmo aproveitar muitas das obras que estão a ser realizadas na rede viária e no espaço público, no âmbito quer do plano Pavimentar Lisboa quer do programa Uma Praça em Cada Bairro. Além de permitir a poupança de esforços e a realização de um mais eficaz investimento na requalificação do espaço público, tal opção deixa para trás o mais “pesado” paradigma da construção de raiz das clássicas ciclovias.

Esse limar das distintas perspectivas sobre a melhor forma de pôr mais bicicletas a circular na cidade deu origem à nova política. E ela será colocada em prática de duas formas distintas, mas sempre aproveitando a estrutura viária de Lisboa. Uma será através da criação de faixas cicláveis devidamente delimitadas, em corredores dedicados às bicicletas e encostados à direita da faixa de rodagem, junto aos passeios. A outra solução técnica passa pela adoção das denominadas “vias banalizadas”, que permitem uma coexistência partilhada da faixa de rodagem entre veículos automóveis e bicicletas. Esta solução obriga à aplicação de diversas medidas que desacelerem o tráfego, para assim permitir uma maior segurança dos ciclistas.

A implementação desta nova rede de vias cicláveis privilegiará as áreas mais planas de Lisboa, situadas sobretudo fora da zona histórica da capital portuguesa. O plano tem também como objectivo criar as condições necessárias para a entrada em funcionamento da rede de bicicletas compartilhadas da cidade, em meados de 2017. A mesma será gerida pela Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) e terá 1.410 bicicletas, distribuídas por 140 estações: 92 no planalto central da cidade, 27 na Baixa e frente ribeirinha, 15 no Parque das Nações e seis no Eixo Central, entre as avenidas Fontes Pereira de Melo e da Liberdade.

Via O Corvo

Sobre este autor
Cita: Romullo Baratto. "Lisboa ampliará em 90 km sua rede cicloviária até 2017" 18 Mai 2016. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/787706/lisboa-ampliara-em-90-km-sua-rede-cicloviaria-ate-2017> ISSN 0719-8906

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