Passadas algumas semanas da abertura da 15ª Exposição Internacional de Arquitetura da Biennale di Venezia, o ArchDaily Brasil tem o prazer de mostrar uma prévia das exposições e instalações selecionadas por Alejandro Aravena e seu escritório Elemental. Separadas dos Pavilhões Nacionais, “Reporting from the Front” celebra trabalhos que “abordam problemas importantes para os quais a qualidade da arquitetura fez a diferença.”
Em uma exposição cujo objetivo é compartilhar “histórias de sucesso” onde a arquitetura está fazendo a diferença, Alejandro Aravena convocou escritórios e profissionais de todas as partes do globo a mostrarem – “nos termos mais simples possíveis” – projetos que apresentam inovações e que puderam resolver com qualidade os problemas abordados.
A exposição “Reporting from the Front” se espalha por dois locais: o Padiglione Centrale no Giardini e o Arsenale. Hoje estamos trazendo até nossos leitores um primeiro vislumbre dos projetos expostos no Arsenale, juntamente com uma entrevista exclusiva com Alejandro Aravena.
Segundo ele explica na entrevista:
“Durante o processo nós identificamos a oportunidade na desmontagem na Bienal anterior. Em vez de comprar mais coisas que se tornarão entulho daqui a seis meses, por que não tiramos partido de dez mil metros quadrados de placas de gesso e catorze quilômetros de perfis metálicos usando design para conferir valor ao que, em princípio, não tem necessariamente nenhum valor artístico, é apenas matéria.
Mas com o conhecimento certo, as habilidades certas, os trabalhadores certos, isso pode ser, eventualmente, tornar-se algo valioso. Eu acho que esta é uma lição que poderia ser aplicado para todo o ambiente construído. Então, primeiro de tudo, antes tratar das respostas possíveis, queríamos concordar e identificar quais eram as perguntas, os desafios e as ameaças ao ambiente construído.
Desigualdades, pobreza, escassez de meios, aquecimento global, inseguranças nas cidades. Assim que essas batalhas são identificadas, então, como podemos propor algo apenas sensibilizando, talvez criando uma condição necessária, mas não é o suficiente. A ideia do fronte é quais são estas batalhas com as quais teremos de lidar.
Pedimos a cada participante a ser o para ser o mais claro possível ao explicar seu ponto, para explicar por que devemos nos preocupar sobre o projeto que estão trazendo para cá. Assim, ser capaz de explicar nos termos mais simples possíveis, sem perder a riqueza e a complexidade do problema inicial.
Como faço para que o visitante da Bienal seja capaz de se colocar no lugar dos outros. Em vez de apenas julgar o objeto, entender o processo, entender as limitações. Se fizermos isso como profissionais, tomadores de decisão, ou como o público, podemos ter uma melhor compreensão da complexidade da questão e também o que poderíamos esperar e demandar da arquitetura.”