Como parte da cobertura do ArchDaily Brasil na Bienal de Veneza 2016, apresentamos uma série de artigos escritos pelos curadores das exposições e instalações à mostra no evento.
Após o colapso da União Soviética, e ainda mais após o 11 de setembro e a "guerra contra o terror que seguiu os atentados, o clima de guerra se instaurou nas cidades.
Ao passo que as guerras do século XX foram travadas, em geral, entre nações e por causa de soberania territorial e disputa de fronteiras, as guerras do século XXI são internas e sem fronteiras. Elas são travadas entre grandes coalizões internacionais e redes insurgentes.
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Não é apenas a guerra que se instaurou na cidade, mas também todo o aparato de segurança, incluindo as forças de paz e sua infraestrutura. Hoje, as operações de paz das Nações Unidas acontecem em grande escala em centenas de cidades em todo o mundo, tornando-se equipamentos quase permanentes no tecido urbano.
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Para a 15ª Exposição Internacional de Arquitetura, a proposta holandesa BLUE: architecture of UN peacekeeping Missions, que tem curadoria de Malkit Shoshan, explora o potencial da arquitetura de melhorar a qualidade do ambiente construído e a vida das pessoas que vivem ali ao examinar criticamente seu próprio papel nas missões e fronteiras.
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BLUE lança luz sobre as missões contemporâneas de paz da ONU como um fenômeno urbano, tomando o Camp Castor - um acampamento holandês para a ONU em Gao, Mali - como caso de estudo. Nos limites do deserto do Saara, o encontro entre o "povo azul" (os tuaregues, conhecidos por suas roupas de cor índigo) e os "capacetes azuis" (a ONU) - o deserto e os Países Baixos se encontram, os nômades e os sedentários - tem o potencial de levar ao surgimento de novas formas espaciais e projetos.
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O projeto propõe que o pensamento arquitetônico seja introduzido no processo de planejamento das bases da ONU, com o objetivo de deixar para trás uma cidade mais forte, com infraestrutura, recursos e conhecimento que permanecerão com o povo local após o término da missão.
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BLUE situa a arquitetura de três modos diferentes: como pesquisa, identificando os desafios e oportunidades espaciais e tornando-os visíveis; como prática, melhorando o ambiente das populações locais; e como espaço cultural crítico, refletindo sobre as fenomenais transformações na sociedade.
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