Entre os dias 26 de junho e 01 de julho aconteceu a quarta edição do Congresso Internacional da Fundación Arquitectura y Sociedad de Pamplona, Espanha, intitulado "Arquitetura: Mudança Climática". A sessão inaugural esteve a cargo de Rem Koolhaas, que após fazer uma análise geopolítica da situação europeia, fez um chamado aos arquitetos, pedindo para que estes parem de ignorar o mundo rural como campo de operação:
Devemos pensar em metodologias para uma paisagem que cedo ou tarde teremos que assumir.
Koolhaas recordou que as cidades representam apenas 2% da superfície do planeta. "Temos que mirar mais além, nos concentramos demais no desenvolvimento do entorno urbano, esquecendo um pouco o campo. Estamos começando a estudá-lo, e embora haja um grande conhecimento, continua fora de nossos radares", afirmou.
O fundador do OMA e autor de obras como a Sede da CCTV e a Fundação Prada em Milão, comentou:
O mundo rural existe em nossa vida, não como realidade mas como um mito [...] inclusive, o campo está se transformando mais rapidamente que as cidades.
O arquiteto holandês disse que enfrentar os desafios do mundo rural para a arquitetura, mas também para a era digital, "nos trará consequências, algumas enormes". E destacou que não enfrentar tais desafios não é o caminho. "Sendo sentimentais, ficaremos ancorados ao passado, isso nos fará mal". O futuro consiste, comentou ele, em intervir em "espaços descampados, semi abandonados, pouco povoados, por vezes mal conectados."
A arquitetura não tem que estar relacionada apenas com a beleza e a estética, mas também com a ação política [...] A mim nunca interessaram tanto as formas como o fato de poder interferir na sociedade.
Por outro lado, o arquiteto destacou outra tendência atual, segundo a qual cada vez mais se projetam grandes espaços industriais robotizados, sem pensar nas pessoas, mas em processos mecanizados.
A recente edição do Congresso tem como título "Arquitetura: Mudança Climática", cujo eixo consiste em refletir sobre as tendências de mudança que estão transformando o modo de entender e exercer a arquitetura, buscando contribuir com um mundo mais sustentável.
Entre os demais arquitetos que participaram do congresso, estão Louisa Hutton, Jean-Philippe Vassal, Iñaki Ábalos, Renata Sentkiewicz, Dietmar Eberle e Winy Maas.