Bjarke Ingels: "Para mudar o mundo, deve-se poder copiar as ideias inovadoras"

Entre os dias 26 de junho e 01 de julho aconteceu a quarta edição do Congresso Internacional da Fundación Arquitectura y Sociedad de Pamplona, Espanha, intitulado "Arquitetura: Mudança Climática". Entre os palestrantes estava o dinamarquês Bjarke Ingels e o espanhol Iñaki Ábalos, que encerraram o penúltimo dia do congresso.

Esta edição do congresso tem como objetivo refletir sobre as tendências de mudança que estão transformando o modo de entender e exercer a arquitetura, visando, assim, contribuir com um mundo mais sustentável.

Ábalos, sócio de Renata Sentkiewicz no escritório Ábalos+Sentkiewicz e diretor da  Graduate School of Design (GSD) de Harvard, afirmou que os arquitetos devem se esforçar para falar uma linguagem "mais clara e direta" para que os cidadãos possam participar mais no desenvolvimento das cidades.

Embora a profissão exija o emprego de termos técnicos complexos, isto não deveria ser impedimento para se comunicar melhor, fazendo com que os cidadãos não se sintam intimidados.

Iñaki Ábalos. Image © Imagen Subliminal

Deste modo, e após indicar que o caminho é "manter conversas mais diretas e abertas com a comunidade", pediu uma maior participação em questões que tenham a ver com a arquitetura e o urbanismo.

Durante sua conferência no Congresso, que tratou da estética da energia, ao se referir ao estado atual da arquitetura fez uma analogia com a pintura:

Poderíamos dizer que se passou do autorretrato, nas últimas duas décadas, à natureza morta, que combina materiais naturais e artificiais, e objetos e espaços públicos em um amálgama que envolve a sociedade.

"A estética apenas nos interessa se podemos explorar novas técnicas, formas e materiais nos edifícios, porque não desfrutamos apenas  dos resultados, mas dos processos para chegar a eles", indicou Ábalos.

Iñaki Ábalos. Image © Imagen Subliminal

O dinamarquês Bjarke Ingels, único arquiteto incluído na lista da TIME de 2016 das 100 pessoas mais influentes do mundo, comentou:

Para ser influente de verdade, para mudar o mundo, é necessário ideias inovadoras que possam ser copiadas. A inovação não é apenas fazer algo único, é fazer algo único que pode ser copiado, replicado. Novas ideias que revelam realidades alternativas e que acabam se convertendo em nossa realidade.

Bjarke Ingels (BIG). Image © Imagen Subliminal

Uma das experiências inovadoras e sustentáveis citadas por Ingels foi o centro projetado por seu escritório para converter lixo em energia. Situado na ilha de Amager, onde se localizam diversos bairros de Copenhague, a central conta com uma pista de esqui em sua cobertura.

Ingels encerrou o penúltimo dia do congresso falando da importância de se aproveitar o conhecimento local e do desenvolvimento de infraestruturas sociais. 

As comunidades locais têm a sabedoria para construir e projetar conforme o clima local, sendo, assim, mais eficientes.

Winy Maas y Bjarke Ingels. Image © Imagen Subliminal

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Sobre este autor
Cita: ArchDaily Team. "Bjarke Ingels: "Para mudar o mundo, deve-se poder copiar as ideias inovadoras"" 16 Jul 2016. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/790963/bjarke-ingels-para-mudar-o-mundo-deve-se-poder-copiar-as-ideias-inovadoras> ISSN 0719-8906

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