Em outubro de 2013, ao encerrar as obras de revitalização do Largo da Batata, no bairro de Pinheiros, a prefeitura de São Paulo previu também a entrega de uma série de mobiliários para fazer desse intrincado espaço urbano um lugar acolhedor aos pedestres e ciclistas.
Desde então, o largo da Batata se tornou emblemático em termos de apropriação do espaço público, com algumas iniciativas cidadãs transformando o espaço através de instalações e estruturas permanentes e efêmeras. Em agosto de 2014, por exemplo, o festival de cultura e arquitetura Design Weekend criou um jardim provisório, com bancos e árvores. Há pouco mais de um ano, o coletivo PingPoint instalou uma mesa de pingue-pongue na praça. Dezenas de bancos e vasos de plantas, todos preservados por frequentadores, também são encontrados ali.
No entanto, após quase três anos da conclusão das obras, a prefeitura deu início à aguardada etapa de instalação do mobiliário urbano no Largo. Com investimento de 782 000 reais, as mudanças começaram a aparecer timidamente a partir de junho. Na praça em frente à Igreja Nossa Senhora do Monte Serrate, foram instalados seis conjuntos de mesa e bancos, aparelhos de ginástica e brinquedos infantis, como balanço. Até outubro, o local ganhará um pergolado de madeira, dez pontos de estacionamento de bicicleta, 78 bancos e uma estrutura de madeira chamada de “banco-ilha”, que servirá para abrigar dezenas de pessoas sentadas simultaneamente.
No mesmo período, a subprefeitura de Pinheiros pretende espalhar cerca de 500 cadeiras de praia, guarda-sóis, espreguiçadeiras, redes e outros acessórios portáteis pela praça. A ideia é que o material seja usado durante o dia e recolhido à noite. O plano também prevê a construção de quatro estruturas envidraçadas com o objetivo de abrigar uma ludoteca, uma lanchonete e eventos variados.
O público engajado nas intervenções e manutenção do largo nesses últimos anos comemora as intervenções, mas mostra-se preocupados com o destino de algumas melhorias implementadas por eles. Em janeiro de 2015, por exemplo, mesmo sem o aval do poder público municipal, foram plantadas 32 mudas de árvores. Estes coletivos e grupos de cidadãos também são responsáveis pelo plantio e pela manutenção de um cultivo de batatas. “Ninguém sabe me dizer o que vai acontecer”, reclama a publicitária Mariana Marquese. “O projeto original não prevê a retirada das hortas plantadas pelos coletivos”, afirma a administração municipal, por meio de nota.
Referência: Veja SP