Após a divulgação do resultado para o Concurso nacional para a nova sede do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e o Instituto dos Arquitetos do Brasil – Departamento Distrito Federal (IAB-DF), apresentamos a proposta que obteve a quarta colocação. O projeto foi realizado pelos escritórios Bruno Cabral Arquitetura, RGB Estudio, Jakelyne Martins Arquitetura e Manoel Balbino.
Veja o projeto completo a seguir.
A Casa dos arquitetos
Já distante quase quatro décadas da realização do concurso para a Sede do IAB-DF nesse mesmo local, é agora proposto um novo certame para um novo objeto: o uso compartilhado do terreno pelas Sedes do IAB-DF e do CAU-BR. O Edital sinaliza para a essência da arquitetura desejada, pautada na relevância das duas entidades que “lidam com questões similares [...] sob perspectivas diferentes”. Nesse contexto, a opção por uma única edificação funcional - a casa dos arquitetos – parece ser uma das possibilidades, desde que “[...] reflita e preserve a identidade e independência de cada instituição” (Edital, p.33).
Com essa condição, garagem e edifício-sede foram pensados como construções distintas. Próximo a L2, o embasamento abriga dois níveis para veículos que se confundem com o terreno. Introspectivo, ao fundo, o edifício corporativo não permite leituras variadas: são cinco pavimentos, três acima da soleira, todos com planta bipartida entre o IAB-DF e o CAU-BR. No térreo, o hall evidencia a presença das duas instituições. Uma ponte metálica oferece o acesso e serve também como junta de dilatação.
A estrutura em concreto - bidirecional e modulada - estende-se para fora do edifício com vigas em balanço que, por sua vez, recebem as placas de concreto que envolvem a construção. Na garagem, esforços e cargas atípicas justificam sua separação dos espaços corporativos. Também com esse principio, o auditório e o plenário estão apoiados diretamente sobre o terreno evitando excessos na estrutura. O núcleo central faz parte da estrutura e contém escadas, elevadores, sanitários e prumadas de instalações.
A área construída atinge os 5.000m2 desejados e as garagens mais 1600m2. A ocupação máxima de 40% e a permeabilidade mínima de 30% foram respeitadas, de acordo com a NGB. Os custos para cada instituição são semelhantes, sendo que a complexidade do Auditório é contrabalançada pela área do IAB-DF, inferior a do CAUBR
em 50m2.
Os acabamentos previstos são simples, duráveis e de baixa manutenção. Excetuando-se as áreas molhadas e circulações verticais, as divisões internas serão em gesso acartonado, as esquadrias em vidro temperado, pisos em cerâmica impermeável e iluminação de baixo consumo energético. Com essas características, pretende-se construir os 7.039m2 (5.000m2+ 1.600m2 de garagem+ 441m2 de cobertura) ao custo médio de R$ 1.960,00/m2 totalizando R$ 13,8 milhões ao final da obra.
O afastamento da L2 garante a perspectiva do edifício, uma lição de Lúcio Costa na Esplanada dos Ministérios. Essa distinção também pertence ao Seagram Building de Mies, “[...] recuado da calçada como nenhum outro edifício de sua época. Praça, pátio, jardim, passeio. Um vazio impensável. Um ponto de vista singular” (Marina de Holanda, 2012).
Externamente, um brise opaco em concreto, imune às ocorrências do lugar. Por dentro, os painéis de azulejos refazem os caminhos de Athos Bulcão na estética brasiliense.
Arquitetos
Bruno Cabral, Frederico Rabelo, Guilherme Andrade, Jakyline Martins Manoel Balbino e Rangel BrandãoColaborador
Ian SilvaAno do projeto
2016Fotografias
Cortesia de Bruno Cabral Arquitetura, RGB Estudio e Jakelyne Martins Arquitetura
Veja também:
Divulgado o resultado do concurso nacional para a nova sede do CAU/BR + IAB/DF
Primeiro lugar no concurso nacional para a nova sede do CAU/BR + IAB/DF
Segundo lugar no concurso nacional para a nova sede do CAU/BR + IAB/DF
Terceiro lugar no concurso nacional para a nova sede do CAU/BR + IAB/DF