As favelas de São Paulo apresentam situações bastante diversas. Enquanto algumas delas possuem indicadores de acesso a água encanada, esgoto e coleta de lixo praticamente universalizadas, em outras a situação é similar a de Melgaço, no Pará, que possui o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. Os dados fazem parte de um estudo obtido pelo jornal El País feito durante o ano passado pelo Centro de Estudos da Metrópole, ligado à Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Prefeitura de São Paulo, para orientar as políticas de habitação da cidade.
"Pudemos perceber que o processo de favelização continua acontecendo. Continua havendo um crescimento da população favelada e dos domicílios em favela em um ritmo superior ao da população geral do município. Mas, apesar de ser maior, esse crescimento é baixo. Não há um processo intenso de favelização", comentou Eduardo Marques, professor de ciências políticas da USP.
O pesquisador afirma que não está claro o que faz com que algumas favelas sejam piores que outras, já que elas estão espalhadas igualmente pelo território urbano, ou seja, nas bordas da cidade é possível encontrar tanto favelas servidas com água encanada, esgoto e coleta de lixo como outras sem tais serviços. "A dimensão geográfica não é a que explica. Pode ser que as favelas em piores condições sejam mais frequentemente em terrenos privados, que é uma informação que a gente não tem. Estar em área privada dificulta a colocação de infraestrutura por parte do poder público."
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