![](https://images.adsttc.com/media/images/58d1/1c87/e58e/ce69/fa00/00aa/newsletter/2011-ST_PAULS_CATHEDERAL_PUBLIC_BENCH_01.jpg?1490099320)
Nos últimos anos, a comunidade arquitetônica se tornou fortemente envolvida, tanto de forma positiva como negativa, com a questão global crônica da falta de moradia. Em resposta, James Furzer, do Spatial Design Architects, realizou uma análise fotográfica explorando formas defensivas de desenho urbano. Usando a tipologia de bancos públicos em Londres, Furzer documenta dispositivos públicos que atuam como dissuasores para os moradores de rua, basicamente negando um direito à cidade para aqueles que não têm escolha senão estar lá.
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![](https://images.adsttc.com/media/images/58d1/1d23/e58e/ce69/fa00/00be/newsletter/2012-camden_bench.jpg?1490099476)
Usando os bancos públicos de Londres como um tema fotográfico, Furzer revela uma qualidade de dissuasão subjacente que pode passar despercebida pelo usuário cotidiano. Em particular, ele documenta o "banco de Camden", um premiado projeto de mobiliário urbano encomendado pelo bairro de Londres de Camden, cuja proposta de projeto era influenciar o público e restringir o comportamento indesejável. Composto por concreto aparente e um quadro de aço, a forma angular do banco cria uma base desconfortável para aqueles que ali pretendem dormir. Como Furzer explica:
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![](https://images.adsttc.com/media/images/58d1/1cb6/e58e/ce69/fa00/00b0/newsletter/2010-LONDON_COURTS_OF_JUSTICE_BENCH.jpg?1490099368)
Há uma necessidade da arquitetura e do espaço público abordarem a questão dos sem-teto. Exemplos de bancos como o banco de Camden, e os bancos diretamente do Palácio de Justiça de Londres, mostram o descumprimento dos deveres do arquiteto, escondido atrás da justificativa de funcionalidade.
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![](https://images.adsttc.com/media/images/58d1/1ce4/e58e/ce69/fa00/00b6/newsletter/2006-TOWER_HILL_PUBLIC_BENCH.jpg?1490099415)
A análise fotográfica de Furzer enquadra-se num contexto mais amplo de dispositivos urbanos concebidos para dissuadir a pernoite. Como argumentou o escritor do The Guardian, Alex Andreou, uma mentalidade "o que os olhos não vêem o coração não sente" dentro da política britânica e de outros países ocidentais resultou em dispositivos como os infames "espetos anti-moradores de rua" que impedem a ocupação prolongada.
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![](https://images.adsttc.com/media/images/58d1/1d04/e58e/ce69/fa00/00ba/newsletter/2000-TOWER_HILL_BENCH_01.jpg?1490099446)
Evidentemente, devemos agora lidar com a realidade de que, em sociedades que afirmam ser democráticas, livres e responsáveis, itens tão acessíveis como um banco público são usados como ferramenta para destratar os habitantes mais vulneráveis de nossas cidades.
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