A prefeitura de São Paulo iniciou a instalação de um jardim vertical na Avenida 23 de Maio, na Zona Sul da cidade. As plantas substituirão o grafite São Paulo Antiga, de Eduardo Kobra, que foi apagado na gestão Doria. O jardim será instalado em paneis de feltro que já começaram a ser colocados. A previsão é a de que as obras fiquem prontas em até 30 dias. Segundo a Prefeitura, o nome do projeto é Muros Verdes e começou a ser instalado semana passada.
O projeto está sendo construído com verba de uma construtora que, em 2009, desmatou uma área de 10 mil metros quadrados no Morumbi para construir um condomínio de três torres residenciais no terreno. Para poder derrubar as árvores, a construtora fechou um plano de compensação ambiental.
O acordo era compensar o desmatamento com a implantação de quatro parques na capital. Em 2013, então, 837 árvores foram derrubadas. No terreno havia espécies nativas, como cambuí, canela e pau-jacaré. Em 2015, porém, o acordo mudou, e a empresa ficou responsável por instalar oito jardins verticais, em edifícios da região central. Uma parte chegou a ser feita ao longo do Elevado João Goulart, o Minhocão.
O que faltava vai agora para a 23 de Maio, numa decisão da atual administração. A justificativa é que assim locais públicos também podem ser beneficiados.
Ambientalistas, porém, questionam esse tipo de compensação. Dizem que não é eficaz, porque jardins verticais não dão o mesmo retorno para a natureza que as árvores que foram derrubadas. “Existem benefícios das árvores que não são compensáveis por paredes verdes, como abrigo de fauna e outras coisas”, disse a ambientalista Claudia Visoni.
“Essa troca não pode virar moda, porque a gente corre o risco de a cidade ir se tornando ainda mais deserta. Quando a gente troca árvores no chão e compensa por paredes, a gente vai ter uma cidade mais quente, mais poluída, mais seca”, disse a especialista.
A Prefeitura informou que, nos primeiros seis meses, a manutenção do jardim vertical na Avenida 23 de Maio será feita pela incorporadora da obra no Morumbi. Depois desse período, quem assume a manutenção é o Movimento Noventa Graus, grupo contratado pela incorporadora para instalar o jardim e que defende este tipo de iniciativa como compensação ambiental.
Fonte: G1