No dia 14 de março, o renomado arquiteto de Burkina Faso, Francis Kéré, encerrou o festival MEXTRÓPOLI 2017 com sua palestra. Em sua apresentação, Kéré intercalou a apresentação de alguns projetos construídos com anedotas pessoais e reflexões sobre a arquitetura participativa, a influência ocidental sobre as culturas em desenvolvimento e o empoderamento social a partir da construção coletiva dos espaços públicos.
"A crítica que faço a meu país é que seguimos fazendo cópia barata do Ocidente", disse, acrescentando que, como arquitetos, é necessário entender o contexto que envolve um projeto antes de emular uma arquitetura estrangeira.
Sua comoção e surpresa por ter alcançado a posição profissional que hoje ocupa era evidente durante a apresentação, porém, quando começou a falade de projetos de grande escala, parou para dizer: "Não se preocupem, nunca deixarei de construir em Gando". As reflexões que compartilhou em pouco menos de uma hora de apresentação se distinguiam das demais palestras e fecharam belamente o festival.
"Em um país onde a expectativa de vida é inferior a cinquenta anos, quem quer cavar um buraco de dois metros de diâmetro por dois de profundidade para uma árvore que jamais verão crescer? Eu quero. Porque, como vocês, fui privilegiado com acesso a educação e informação", concluiu Kéré.
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