Radicado em Paris há 55 anos e com uma prestigiada trajetória tanto na França como no Chile, o arquiteto Borja Huidobro conversou com o jornal El Mercurio. O arquiteto revisitou os pontos mais marcantes de sua vida profissional, desde sua mudança para Paris sem nem sequer falar francês, seu encontro com Alejandro Aravena no Chile, sua visão sobre o "guetos verticais" e, segundo ele, adoração chilena pela feiura na arquitetura. "Acredito que seja mais por falta de cultura que de educação. A paisagem no Chile é o melhor que temos, no entanto, as cidades estão mal", disse.
Huidobro se radicou em Paris em 1962. Cinco anos depois, chamou a atenção da imprensa por sua proposta (não premiada) para a prefeitura de Amsterdã. Nos anos 1980, em parceria com Paul Chemetov, projetou a Embaixada da França na Índia e o Ministério da Fazenda (1989). Também é responsável pela Biblioteca Regional de Montpellier e o restauro da Gallerie de L'Evolution (1994), localizada no Museu de História Natural de Paris.
No mesmo ano em que foi inaugurado o Ministério de Finanças, Huidobro foi nomeado Cavaleiro da Ordem da Legião de Honra e Oficial de Artes e Letras por François Mitterrand. Sobre os reconhecimentos profissionais, o arquiteto diz:
Pude trabalhar como que se os prêmios não fizessem diferença. Porque já tenho o papel. Esse é mu lado mentiroso, pude trabalhar como se não me importasse... mas na verdade, ninguém nunca me pediu para fazer algo por causa dos meus prêmios.
Sobre uma possível ambição ao Prêmio Pritzker, responde:
Não sei quem inventou que o Pritzker é o Nobel da arquitetura. Alguém inventou isso, algum americano para que ficasse mais glamouroso. Por que então oferecem a todo mundo? Para que serve? Te torna mais inteligente? Não. Te faz projetar uma arquitetura melhor? Não.
E a Alejandro Aravena, laureado do Pritzker em 2016 e primeiro chileno a receber a honraria, disse:
"Não te esqueças de uma coisa: tu não podes receber outro prêmio maior que este que já tens. Não há outro na arquitetura. Agora deves trabalhar na excelência pelos próximos 30 ou 40 anos que virão. É capaz de manter este ritmo até lá? Por 40 anos, o melhor arquiteto; é isso que tu tens que fazer agora. Este é teu desafio, o Pritzker."
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