Na cultura de narcisismos e celebridades de hoje, espera-se que cada nome tenha um rosto. Mesmo na Europa do século XVI, a grande maioria das pessoas notáveis tinha um retrato de si mesma pintado e exibido para a posteridade - exceto os arquitetos, ao que parece. Tomemos, por exemplo, Andrea Palladio (1508-1580) - figura de frente do renascimento e auto do tratado Os Quatro Livros da Arquitetura. Ninguém sabia como era o rosto deste importante arquiteto, isto é, não havia nenhum retrato "oficial" de Palladio... até recentemente.
Com pouca ou nenhuma evidência empírica de que Palladio tenha sido particularmente avesso a sentar-se para que pintassem um retrato seu, a falta de qualquer descrição inequívoca do homem vem sendo investigada há séculos. Uma gravura "falsa" foi feita na Grã-Bretanha no século XVIII, enquanto que uma versão italiana foi apresentada como a original. De acordo com Fabrizio Magani, funcionário do Ministério da Cultura em Vicenza, "havia dois mundos, um britânico, um italiano, e cada um tinha seu próprio rosto de Palladio".
De acordo com o New York Times, uma equipe de arquitetos italianos, historiadores de arte e investigadores podem ter finalmente colocado um ponto final no debate. Após um estudo de dois anos "que resultou no exame de diagnóstico e forense de uma dúzia de supostos retratos de Palladio, a equipe encontrou duas pistas positivas". Um retrato mantido em sigilo em Moscou, Rússia, e outro -- também privado -- "comprado em uma loja de antiguidades de Nova Jersey." As técnicas forenses empregadas foram utilizadas para comparar os traços faciais, a fim de determinar se as pinturas "retratavam a mesma pessoa". Eles também usaram técnicas de progressão da idade, tipicamente usadas para identificar criminosos, para saber se o retrato britânico do jovem Palladio ficaria plausível quando o artista envelhecesse."
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Via The New York Times.