A artista argentina Marta Minujín criou uma réplica em grande escala de uma das estruturas mais famosas do mundo, o Partenon em Atenas, construída a partir de livros censurados como símbolo da resistência à repressão política. Atualmente exibidos no festival de arte Documenta 14 em Kassel, na Alemanha, os cem mil livros que compõem o monumento foram obtidos exclusivamente de doações, permitindo que pessoas de todo o mundo contribuam com livros com os quais têm uma conexão especial.
Colaborando com estudantes da Universidade de Kassel, Minujín selecionou mais de 170 títulos proibidos em vários países em todo o mundo. Estes livros foram então amarrados à estrutura de aço com folhas plásticas que os protegem e permitem a passagem da luz solar dentro do edifício.
De acordo com a artista, a forma do Parthenon foi escolhida porque simboliza "os ideais estéticos e políticos da primeira democracia do mundo". Sua relevância se estende também ao terreno, a Friedrichsplatz em Kassel, onde cerca de dois mil livros foram queimados durante o regime nazista.
O projeto foi inspirado por uma instalação anterior intitulada El Partenón de libros, construída em 1983 após o colapso da ditadura civil-militar na Argentina. A instalação visava celebrar a nova liberdade intelectual e democrática ao apresentar os próprios livros que tinham sido banidos pela junta governante. Após cinco dias de exibição, o edifício foi desmontado, permitindo aos visitantes retirar os livros e levá-los para casa. A instalação contemporânea na Alemanha também colocará os livros de volta em circulação.
Saiba mais sobre The Parthenon of Books aqui.
Via Bored Panda, DeMilked.