- Área: 3 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Séverin Malaud
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Fabricantes: Lamcol, Lerobel, Zumtobel
Descrição enviada pela equipe de projeto. Programas deste tipo geralmente produzem edificações mundanas - na melhor das hipóteses apenas pouco interessantes, mas geralmente levando a quase um ato de violência contra o espaço urbano. Nossa visão vai além da mera atualização estética de um galpão decorado, perguntando: como os arquitetos de um supermercado conseguem sutilmente integrá-lo ao tecido urbano?
Urbanismo
Situado no meio de um quarteirão alongado de 180 metros, quase completamente pavimentado, o projeto visa melhorar a qualidade e a permeabilidade do terreno, tanto para os usuários da edificação quanto para os residentes da região.
A fim de criar um novo cruzamento público de pedestres que divide a quadra, o edifício existente - que estava prestes a ser demolido - é deslocado para a borda do lote. O novo edifício ajuda a melhorar uma zona difícil, fechada entre paredes altas.
A organização do fluxo de veículos em todo o terreno e a colocação de uma parte substancial do estacionamento no subsolo reduzem o impacto visual dos carros e permitem que grandes áreas sejam cobertas de vegetação. Isso também melhora os trajetos em toda a quadra para os pedestres.
A cobertura do edifício, visível de muitos prédios residenciais próximos, é dividida de maneira a reduzir o impacto volumétrico do supermercado. Os telhados verdes cobrindo as várias partes do projeto, combinados com um longo pátio interno com árvores, reforçam a presença de vegetação na quadra.
Arquitetura
O trabalho de percepção iniciado com o telhado continua no tratamento das fachadas. Elas são marcados por uma série de dobraduras que animam o caminho para pedestres ao longo da via de acesso.
A madeira é utilizada em todo o projeto, da estrutura à fachada. Além do seu impacto reduzido em termos de energia, a escolha deste material eco-responsável também é motivada por sua capacidade de criar um edifício visualmente mais leve, facilmente adaptável e/ou reciclável.
O revestimento de cedro, com ritmo variável esua materialidade quente, oferece um antídoto adicional às superfícies minerais na quadra.
O interior da loja rompe com a prática habitual ao dar atenção especial aos contatos visuais com o exterior e à incidência de luz natural, vindo do lado da via de acesso e ao longo do grande pátio na parte traseira do edifício.
A pretensão singular deste projeto é mostrar que um programa tão básico quanto de um supermercado pode, se manipulado com ambição e astúcia, se tornar uma operação sutil de acupuntura urbana que cura o lugar onde é construído.